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Conheça o FoodLab Jr. e seus benefícios para a indústria

O Food Lab Jr.

 

O analisador Food Lab Jr. Portátil é um espectrofotômetro* para a análise rápida e quantitativa de lactose, cloreto e ureia em alimentos. Um *espectrofotômetro é um dispositivo que mede a absorção de luz por uma substância, o que pode ser usado para determinar a concentração de um composto em uma amostra. No contexto de análise de alimentos, esse tipo de equipamento pode ser útil para a determinação quantitativa de diversos componentes, como proteínas, vitaminas, minerais, gorduras, açúcares, entre outros.

 

Os Kits

 

O Food Lab Jr. possui uma variedade de kits reagentes que são específicos para a análise de diferentes componentes em alimentos. Os kits contêm reagentes químicos que atuam com a substância-alvo na amostra e geram uma mudança na absorção de luz, que é então medida pelo espectrofotômetro. Com base na intensidade da mudança na absorção de luz, o equipamento calcula a concentração do componente de interesse na amostra.

 

 

 

Características:

 

  • Calibração automática;
  • Composto com um visor táctil LCD a cores;
  • Quantificação precisa e compatível com os métodos tradicionais;
  • Permite análise de 3 amostras simultâneas do mesmo parâmetro. São eles: Lactose, Cloreto e Ureia;
  • Podendo ser analisados em leite e derivados;
  • Análise rápida: resultados em poucos minutos;
  • Possui memória interna de 2G para armazenamento de resultados;
  • Entrada USB;
  • Garantia de 1 ano;
  • 110 e 220V.

 

Portanto, esse equipamento desempenha um papel fundamental na otimização das análises laboratoriais nas indústrias. Ele auxilia no atendimento de regulamentações de segurança alimentar e no desenvolvimento de produtos alimentícios.

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório!
Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referência:

https://www.cdrfoodlab.com.br

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Qual é a importância de analisar a qualidade do leite?

Em termos nutricionais, o leite é um dos alimentos mais completos que o ser humano consome.

Tanta riqueza em uma única substância abre várias possibilidades de uso, de tal forma que até hoje não descobrimos completamente o seu potencial. Apesar disso, sabemos que o leite faz bem à nossa saúde, além de nos permitir fabricar derivados lácteos de alta qualidade.

O leite cru é a matéria-prima de todos os derivados lácteos. Para garantir sua qualidade é preciso que três pilares, que se relacionam entre si, estejam bem estabelecidos.
São eles:

  • Sua composição;
  • Qualidade higiênica;
  • Agradar no sabor, aroma e cor.

 

Composição do leite

Cada componente tem suas particularidades, e todas são relevantes para os derivados lácteos. Portanto, para produzir laticínios é necessário estudar esses componentes. Usando como base os parâmetros do leite cru refrigerado, que até então não sofreu nenhuma alteração em sua estrutura, temos os números abaixo:

 

 

Os números da composição média indicam uma faixa segura para trabalhar o leite, não apenas como matéria-prima, mas também como produto final para consumo. No que tange aos derivados lácteos, a importância de cada componente varia dependendo do laticínio que se quer fazer.

 

Água

O leite tem aproximadamente 87% de água em sua composição total, tanto na forma ligada quanto na forma livre. Enquanto a água ligada está combinada com os demais componentes, a água livre permite reações químicas e o crescimento de microrganismos.Quando evaporada ou separada dos demais componentes, permite a fabricação de produtos como leite em pó, doce de leite e leite condensado.

 

Lactose

Sólido mais presente, com 4,6% na composição média, a lactose é o principal carboidrato do leite. Formada por glicose e galactose, é ela que confere ao leite seu sabor adocicado particular.É essencial para o crescimento de recém-nascidos e crianças, além de dar energia e ajudar no desenvolvimento cerebral. Também tem uma atuação relevante no nosso intestino, melhorando a microbiota.
Apesar disso, não é todo mundo que tem tolerância à lactose, o que abre um mercado para derivados com pouco ou nada desse componente.A adição de microrganismos transformadores causa uma reação na lactose, o que acaba permitindo a fabricação de lácteos fermentados. Alguns exemplos são o iogurte e os queijos azuis, como o Gorgonzola e o Roquefort. A fermentação transforma as características sensoriais desses alimentos.
A lactose também tem um papel essencial na reação de Maillard: um escurecimento não enzimático causado por aquecimento, que permite a fabricação de lácteos como o leite condensado e o doce de leite.

 

Gordura

Sabe o prazer que sentimos quando comemos um pedaço de queijo, ou quando sobe aquele cheiro delicioso de manteiga derretida? O que torna os produtos lácteos tão agradáveis aos nossos sentidos é justamente a presença da gordura.
Com teor médio de 4% no leite, a gordura é um dos componentes que mais se destaca. Além de ser indispensável para a fabricação de derivados como a manteiga e o creme de leite, ela também é necessária para a produção de diversos alimentos. A gordura láctea deixa qualquer alimento com mais sabor, aroma e cremosidade.

 

Proteínas

Correspondendo à aproximadamente 3,3% da composição média do leite, as proteínas lácteas são divididas basicamente em caseínas e proteínas do soro. Possuem alto valor nutricional e são de fácil digestão.
Na produção de queijos, é importante usar um leite com alto teor de caseína, já que é ela que gera a massa do queijo. Em média, são necessários 10 litros de leite para fabricar aproximadamente 1 quilo de queijo. Se o teor de proteína for mais elevado, é necessário um volume menor de leite para fazer a mesma quantidade de queijo. Ou seja, quanto mais proteína o leite tem, mais valorizado no mercado ele é.
As proteínas do soro possuem alta quantidade de aminoácidos e favorecem o ganho de força muscular, redução da gordura corporal e aumento do teor de cálcio. Por isso, é muito usada como suplemento alimentar por quem pratica atividades físicas – o famoso whey protein, que significa proteína do soro, em inglês.

 

Vitaminas e Sais Minerais

Os anos passam, e por mais criteriosos que os clientes fiquem com os alimentos que ingerem, o leite nunca sai da rotina de bilhões de pessoas ao redor do mundo. Isso acontece porque o leite é uma fonte rica em sais minerais, como cálcio e fósforo.
O organismo humano, principalmente em fase de crescimento, se beneficia do cálcio presente no leite para a sua formação óssea. Além disso, o leite ainda contém alguns tipos de vitaminas em sua composição (A, B, C, D, E e K).

 

Qualidade higiênica do leite

Como já abordamos em outro artigo, os microrganismos estão em todo lugar na natureza. Nós fazemos parte da natureza e o gado de leite também, portanto o contato é garantido. Seja na água, no solo, no ar ou nos seres vivos os microrganismos, incluindo os patógenos, podem estar presentes.
Sendo assim, é comum uma infecção por microrganismos acometer o rebanho, e dessa forma observa-se uma maior produção de células somáticas pelo organismo dos animais. Se a contagem de células somáticas do leite extraído está acima dos padrões estabelecidos, isso significa que houve uma redução significativa em seu teor de proteínas e gorduras, com a perda do valor nutricional e rendimento para fabricação de derivados.
Para tratamento das infecções são utilizados antibióticos de diversas famílias. A presença de antibióticos pode atrapalhar o processo de fermentação do leite na fabricação de derivados, além de acarretar diversos problemas para a saúde dos consumidores. Para identificá-los, existem testes rápidos e plataformas especializadas em diversos grupos e famílias.
No caso dos microrganismos, devem ser analisados não apenas os que causam doenças, como também os deteriorantes. Para isso, deve-se fazer análises microbiológicas usando meios de cultura ou placas prontas específicas para esses microrganismos.

 

Qualidade sensorial do leite

Quando a composição média está harmoniosa e a qualidade higiênica está garantida, o leite tende a ser agradável aos nossos sentidos: o gosto é bom, a textura é suave, o odor é delicado e sua cor é branca e opaca. Para que isso se mantenha para além dos pontos anteriores, é preciso ter atenção com o resfriamento e a estocagem do leite cru. Não é incomum que um leite de qualidade acabe estragado por ser agitado demais, ou não ser armazenado na temperatura correta.
Portanto, é importante analisar a quantidade do leite para ter conhecimento sobre a sua composição e segurança alimentar, além disso também é um indicativo de possíveis de nutrição e manejo dos animais.

 

Referências:

Análises Físico-Químicas. Cartilha com metodologias de análises físico-químicas para leite e derivados. 2º Edição Ampliada e Revisada.

Instrução Normativa Nº 76, de 26 de novembro de 2018.

https://www.milkpoint.com.br/

 

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Mastite em vacas: o que é, como evitar e como tratar

A Mastite é caracterizada pela inflamação das glândulas mamárias, e é uma doença que afeta as vacas leiteiras impactando negativamente em sua capacidade produtiva. É multifatorial e seu desenvolvimento está relacionado à ação de patógenos e de agentes químicos ou traumas físicos irritantes (condições sanitárias e ambientes inadequados). Animais com mastite produzem leite com modificações físico-químicas e alterações que reduzem a qualidade e trazem prejuízos para os produtores e laticínios.

Por isso, é importante que as fazendas tenham medidas de controle e monitoramento da mastite que incluam a identificação das causas e quantificação do problema.

Tipos e causas de mastite bovina

A mastite bovina pode ser classificada em clínica e subclínica. Ambas precisam de cuidados.

O tipo clínico é mais fácil de ser identificado, uma vez que o úbere da vaca começa a apresentar sintomas inflamatórios, como vermelhidão, inchaço, aumento da temperatura e dor no local. Além dos sintomas, o leite ordenhando destes animais apresenta sinais de alteração como presença grumos, sangue e pus.

Já a mastite subclínica ocorre de maneira silenciosa e é de difícil identificação, uma vez que as alterações afetam a composição do leite, enquanto os animais não apresentam sintomas clínicos. Este tipo de mastite bovina pode se alastrar por todo o rebanho, muitas vezes tornando-se crônica.

A mastite também pode ser classificada em: contagiosa (causada por microrganismos infecciosos de animais doentes) e ambiental (infecção por microrganismos presentes no solo, esterco e/ou água).

Como evitar e como tratar

Para evitar que a mastite se espalhe no rebanho, é essencial que o diagnóstico seja feito de maneira correta e ágil. Por isso, fazer inspeções regulares nos animais e no leite, bem como aplicar testes capazes de identificar a doença de maneira segura, são medidas necessárias e eficientes.

É importante além da palpação do animal, recolher amostras do leite para a realização dos seguintes exames:

  • Contagem de células somáticas;
  • Cultivo de bactérias;
  • Teste da Caneca de fundo preto para identificar presença de grumos, pus ou mudança na coloração;
  • CMT – California Mastits Test.

Para o acompanhamento regular da contagem de células somáticas nas fazendas, existem equipamentos projetados para fornecer o resultado de forma rápida e precisa, como por exemplo, o analisador de leite Ekomilk Scan.

O Ekomilk Scan (figura abaixo) é um equipamento que determina o número de células somáticas através da medição do tempo de escoamento de uma amostra de leite adicionada de um agente tensoativo. O agente tensoativo é misturado ao leite para dissolver as membranas das células, formando o gel que aumenta a viscosidade. O tempo de escoamente varia de acordo com a viscosidade dessa mistura e a viscosidade aumenta com a presença dessas células somáticas.  

 

 

Como já mencionado, a melhor forma de manter o rebanho livre da mastite é a prevenção. Assim, é preciso alguns cuidados:

  • Higienizar as tetas antes e depois da ordenha e manter boas condições de higiene durante todo o procedimento;
  • Manter os maquinários de ordenha sempre limpos e calibrados/revisados;
  • Manter o ambiente e todos os utensílios limpos;
  • Manejo adequado de ordenha;
  • Alimentação de qualidade logo após a ordenha, evitando que as vacas deitem;
  • Garantir que os animais não sofram “estresse”;
  • Adotar métodos para controlar insetos e oferecer treinamento adequado para todas as pessoas que lidam diretamente com os animais.

Como já visto acima, a mastite bovina é uma doença que envolve uma série de fatores e requer cuidados constantes para que não comprometa a produção de leite. Conhecer os tipos existentes ajuda a reconhecer os casos e iniciar o tratamento de forma a não afetar o bem-estar animal.

Referências:

https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/qual-a-duracao-da-mastite-e-os-modos-de-transmissao-233822/

https://nutricaoesaudeanimal.com.br/o-que-e-mastite-bovina/

https://dicas.boisaude.com.br/mastite-bovina/?gclid=CjwKCAjwscGjBhAXEiwAswQqNBHGZigD5R-b92TcAFzqJZc9fz_MFHRN7mLMzr5_M84Gn1hb-Ie8ExoC8SIQAvD_BwE

 

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Quais são as análises físico-químicas para o recebimento do leite na indústria?

O leite é um alimento composto por muitos nutrientes disponíveis, sendo considerado propício para o desenvolvimento dos microrganismos.
Nisso, não apenas há o risco da contaminação por patógenos, como também o crescimento de microrganismos deteriorantes, que diminuem a qualidade nutricional ou fermentam o leite. Consequentemente poderá haver o risco de contaminação por microrganismos patógenos que podem causar males a saúde do consumidor, e por deterioradores que podem diminuir a qualidade nutricional do leite, e iniciar um processo de fermentação indesejado.

Com o intuito de prevenir tais ações microbiológicas, a IN 76/2018, defini algumas regras de armazenamento e transporte para o leite in natura.

  • Estocagem até 4°C para tanques de expansão e tanques comunitários no local de ordenha;
  • Temperatura de recebimento na plataforma de recepção de leite até 7°C;
  • Nos silos de estocagem da indústria deve ser armazenado em temperaturas de até 5°C.

 

 

Temperatura

Para fazer a medição da temperatura, é recomendado que seja coletada uma amostra de um leite devidamente homogeneizado, com o auxílio de uma caneca de inox com cabo longo. Inserir o termômetro tipo espeto na amostra coletada, aguardar até que a temperatura seja estabilizada e proceder a leitura diretamente no visor do mesmo.

Por exemplo: O termômetro MV-363A (figura abaixo) é um instrumento digital portátil, tipo vareta, a prova de água, LCD de 3 1/2 dígitos, resolução de 0,1°C ou 0,1°F, precisão básica de 3°C, registro de máximo e mínimo. Possui sensor de aço inoxidável, sendo normalmente utilizado para medição da temperatura de alimentos.

 

 

 

Alizarol

A estabilidade térmica é um fator de avaliação indispensável para garantir a qualidade do leite, desde a coleta até o recebimento na indústria. Sendo utilizado para avaliar se o leite está apto para passar por tratamento térmico.

Quando o leite é recepcionado pela indústria, o primeiro procedimento ao qual ele será exposto é o de pasteurização. Para isso, ele percorre tubulações muito quentes, que podem coagular o leite caso suas proteínas não apresentem estabilidade suficiente para ser processado.

O Alizarol é uma solução a base de álcool etílico, com concentração mínima de 72°GL, contendo indicador de pH alizarina causando a desestabilização das micelas de caseína quando entra em contato com o leite. Caso o leite apresente desequilíbrio salino ou instabilidade térmica, ele irá coagular quando entrar em contato com o alizarol. Pode-se avaliar a faixa de pH através da coloração da amostra analisada, conforme indicado na escala colorimétrica a baixo.

 

 

 

Coloraçãoes:

  • vermelho tijolo ou róseo-salmão, sem grumos ou grumos finos indica um leite estável ao álcool e com acidez normal;
  • vermelho tijolo, com presença de grumos indica um leite tendencioso a acidez elevada, com baixa estabilidade ao álcool;
  • amarela indica um leite ácido;
  • lilás a violeta indica um leite com pH alcalino, podendo ter como causa: mastite crônica ou adição de neutralizantes de acidez.

Em indústrias, é comum que o procedimento da prova de Alizarol seja manual, utilizando pipetas e tubos de ensaio. Para os motoristas dos caminhões de coleta, que realizam a análise durante a captação do leite, é recomendado o uso Salut ou Neurex.

 

Acidez

Apesar do teste de Alizarol indicar o nível de acidez do leite, apenas a análise de acidez titulável entrega números objetivos. O desenvolvimento da acidez do leite deve-se, principalmente à degradação da lactose (carboidrato presente no leite) em ácido lático, pela ação de microrganismos.

A análise consiste em adicionar uma solução indicadora na amostra de leite e realizar a titulação. A leitura na bureta do acidímetro é direta em °D, pois cada 0,1 mL de solução Dornic corresponde a 10°D, e cada 10° Dornic correspondem a 0,01% de ácido lático. Os pontos críticos desta análise são a leitura do menisco na escala do acidímetro e ponto de viragem da amostra.

 

Crioscopia

O objetivo desta análise é detectar a fraude por adição de água. A adição de água ao leite altera o PC (ponto crioscópico), fazendo com que este se aproxime de zero (ponto de congelamento da água), porque se diluem as concentrações dos componentes que estão em solução verdadeira na água do leite.
A faixa de crioscopia ideal seria de – 0,555°H a – 0,530°H, como informado na imagem a baixo:

Valores acima ou abaixo da faixa ideal podem ser considerados como fraude por aguagem ou fraude por adição de reconstituintes de densidade.

 

pH

O pH ideal do leite apresenta faixa de 6,6 a 6,8. É importante frisar que um pH na faixa alcalina pode indicar fraude por adição de neutralizantes de acidez sendo que um pH alcalino, indica fraude por neutralizantes. Veja abaixo as faixas de pH de alguns com alguns produtos conhecidos:

 

 

Densidade

A densidade do leite tem faixa ideal entre 1028 a 1034 g/L a 15°C, sendo considerada possível fraude por adição de água quando o resultado se apresenta abaixo do limite mínimo. Eventualmente também poderá indicar problemas na saúde do animal. É importante frisar que a densidade depende também do teor de gordura e de sólidos não-gordurosos disponíveis no leite, pois a gordura tem densidade menor que a da água.

 

Gordura

A metodologia analítica baseia-se na separação e quantificação da gordura por meio do tratamento da amostra com ácido sulfúrico e álcool isoamílico. O ácido dissolve as proteínas que se encontram ligadas à gordura, diminuindo a viscosidade do meio, aumentando a densidade da fase aquosa e fundindo a gordura, devido a liberação de calor proveniente da reação, o que favorece a separação da gordura pelo extrator (álcool isoamílico).

 

Proteína

proteína do leite é composta por 80% caseína e 20% proteína do soro do leite. A caseína é uma proteína “lenta” por causa de sua taxa mais lenta de digestão que resulta em uma distribuição mais prolongada de aminoácidos à circulação. Já a proteína do soro do leite é uma proteína “rápida” porque é rapidamente digerida, levando a um aumento rápido dos níveis sanguíneos de aminoácidos, e estimula a síntese proteica e a oxidação. Ela interfere diretamente no rendimento dos derivados fabricados a partir do leite.
Esta metodologia analítica baseia-se na transformação do nitrogênio da amostra em sulfato de amônio através da digestão com ácido sulfúrico p.a. e posterior destilação com liberação da amônia, que é fixada em solução ácida e titulada.

 

Lactose

A análise de lactose tem como função determinar o teor de lactose presente no leite, para que posteriormente estas informações possam ser utilizadas na tecnologia de fabricação de produtos 0% lactose ou informações de rotulagem.

 

Extrato seco

Chamamos de extrato seco total quando a gordura é somada ao estrato seco do leite que é representado pela % de sólidos disponíveis, e extrato seco desengordurado quando não se tem a gordura na soma desta %.
Os resultados do EST e do ESD se dão através fórmulas ou análises em equipamentos, e, são utilizados para auxílio na determinação do rendimento de derivados.

 

A realização de análises de composição do leite é fundamental para auxiliar na produção de leite e derivados, garantindo um produto de qualidade.

 

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Referências:

CASTANHEIRA, A. C. Controle de Qualidade de Leite e Derivados. 2ª ed. São Paulo: Cap-Lab, 2010. 269 p.

Análises Físico-Químicas. Cartilha com metodologias de análises físico-químicas para leite e derivados. 2º Edição Ampliada e Revisada.

GUERRA, M. G. et alDisponibilidade e qualidade da água na produção de leite. Acta Veterinaria Brasilica, v. 5, n. 3. 2011.

Instrução Normativa Nº 76, de 26 de Novembro de 2018.

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Conheça as Vidrarias de Laboratório e suas funções nos procedimentos

vidrarias de laboratório

Dá pra fazer muita coisa dentro de um laboratório, ainda mais se você conta com as principais vidrarias disponíveis para uso. São inúmeros tipos e funcionalidades, tantos que até os técnicos mais experientes podem se perder em algum momento.

Além disso, como saber quais vidrarias o seu laboratório precisa? Tudo depende, em suma, do objetivo das suas análises. Enquanto algumas tem uma função bem específica, outras não podem faltar em um ambiente experimental.

Afinal, quais são as vidrarias de laboratório mais importantes? E qual é a função de cada uma delas? Sim, este artigo te entrega todas essas informações, assim você realiza suas análises com mais conhecimento e segurança. Vamos começar?

 

 

Para que servem as vidrarias de laboratório?

O ser humano testou tudo o que sabe fazer em algum momento. Seja a descoberta do fogo ou a criação de objetos de bronze, alguém precisou colocar a mão na massa. Foi a observação da prática que nos trouxe até aqui, e é graças a ela que continuamos nos desenvolvendo.

Como resultado, nós inventamos um lugar seguro e preparado para a experimentação: o laboratório. Dentro dele há equipamentos, utensílios e substâncias que permitem a realização de análises e pesquisas científicas. As vidrarias de laboratório estão entre eles.

Feitas de uma mistura de vidro temperado com borossilicato, elas suportam altas temperaturas e não reagem ao entrar em contato com substâncias. Também são menos densas, mais leves e garantem mais precisão nas análises.

Quando usadas em conjunto, as vidrarias permitem uma diversidade de práticas e experimentos dentro do laboratório. Algumas, aliás, são versáteis e atendem a várias necessidades dos técnicos. Em resumo: sem as vidrarias, o laboratório não funciona.

 

Como usar as vidrarias de laboratório?

  • Apesar de serem mais resistentes, as vidrarias de laboratório também trincam e podem se quebrar. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual, ou EPIs, dentro do ambiente laboratorial.
  • Nunca coloque as vidrarias trincadas ou quebradas junto do lixo comum. Aliás, sinalize sempre que se trata de sucata de vidro. Os trabalhadores da limpeza agradecem.
  • Tenha cuidado ao mexer com vidrarias aquecidas. Opte pelo uso de uma pinça ou luvas de amianto, dessa forma você evita queimaduras e acidentes.
  • Não é qualquer vidraria que pode ser esterilizada em estufas e autoclaves, pois correm o risco de dilatarem e perderem a precisão. Fique atento às orientações dadas pelo fabricante.
  • Limpar vidrarias demanda uma série de cuidados. Aqui no blog, nós já falamos tudo o que você precisa saber para fazer a higienização corretamente.

 

Quais são os tipos de vidrarias de laboratório?

 

Vidrarias analíticas

 

Alcoômetro

alcoômetro gay-lussac

Muito utilizado na produção de bebidas alcoólicas, o alcoômetro é um tubo graduado, geralmente com duas escalas diferentes: Cartier e Gay-Lussac. Sua função é determinar o percentual de álcool em uma solução.

A escala Cartier surgiu em 1771 e recebe o nome do seu inventor, o francês Jean-François Cartier. Vai de 10 a 44 graus e, apesar de já não ser referência, está presente ainda hoje em alguns modelos.

Já a escala Gay-Lussac, definida pelo físico-químico francês Joseph Louis Gay-Lussac, passou a ser o padrão para medições de álcool a partir de 1824. O grau GL entrega a quantidade de mililitros de álcool absoluto presentes em uma solução.

A bebida deve estar a 20°C para medir seu teor alcoólico do jeito certo. Basta inserir uma amostra de 100 mililitros em uma proveta graduada, e então mergulhar o alcoômetro.

 

Areômetro de Baumé

areometro de baume

O processo de salga é um método antigo de preservação dos alimentos. Se embebem carnes e queijos em salmoura, uma solução de água e sal, por um determinado período de tempo. Isso ajuda a melhorar a qualidade geral do alimento.

É necessário saber a concentração de sal na salmoura para que a salga gere o efeito esperado nos produtos. O Areômetro é o densímetro que faz essa medição, e seus resultados são entregues em escala Baumé.

A salmoura, quando bem conservada, pode durar de 1 a 3 meses. Usar o areômetro depois do processo de salga ajuda a fiscalizar sua qualidade e, dessa forma, garantir a economia da solução.

 

Butirômetro

butirômetro

A gordura é um dos componentes mais importantes do leite, principalmente por garantir o rendimento na fabricação de laticínios. Como todos os derivados do leite servem de matéria-prima para outros alimentos, se monitora o teor de gordura com frequência. Isso serve não apenas para padronizar os produtos, como também para evitar problemas tecnológicos de produção.

O Butirômetro é a vidraria que faz esse tipo de medição. Trata-se de um tubo oco e graduado, com um bulbo em uma das extremidades. Seu formato varia dependendo do tipo de produto que será analisado.

É necessário usar ácido sulfúrico e álcool isoamílico para analisar gordura com o butirômetro. Em seguida, deve-se fechar o tubo com uma rolha, agitar bem e começar o processo de centrifugação. Dessa forma, a gordura se separa da amostra e é possível ver sua quantidade.

 

Densímetro

densímetro de peso específico

É um tubo de vidro graduado, de estrutura resistente e com chumbo em sua base. Seu nome é autoexplicativo: serve para identificar a densidade de líquidos, ou seja, a massa dividida pelo volume.

Em análises laboratoriais, a regra é que a temperatura ambiente esteja em aproximadamente 20°C para fazer uso do densímetro. Depois, basta mergulha-lo na amostra. O chumbo na base o fará flutuar, indicando então a densidade.

 

Picnômetro

picnômetro de vidro

O picnômetro determina a densidade absoluta de uma substância sólida ou líquida. É considerado um dos instrumentos mais precisos do laboratório.

Trata-se de um frasco em formato de balão, que pode ter em seu bocal uma tampa ou um termômetro. O frasco também pode contar com uma haste cilíndrica em sua diagonal superior.

É preciso ter uma balança analítica no laboratório para fazer análises com o picnômetro. Primeiro se pesa o frasco vazio, e depois com a amostra. Isso determina a massa, enquanto o picnômetro entrega o volume. Por fim, a divisão dos valores define a densidade da substância.

 

Termolactodensímetro

termolactodensímetro

Infelizmente, a fraude do leite por adição de água ou sólidos ainda é uma prática existente na cadeia de produção de produtos lácteos. O termolactodensímetro é um densímetro de escala graduada, que consegue identificar possíveis adulterações no leite ao avaliar a densidade da amostra.

O valor da densidade é apenas um indicativo de qual tipo de alteração pode ter acontecido. Isto é, só aponta se o leite foi fraudado ou não. É preciso usar um Crioscópio para saber a quantidade exata de água adicionada.

 

 

LEIA TAMBÉM: Descubra porque a Crioscopia do leite é essencial para garantir sua qualidade

 

 

Recipientes úteis

 

Balão de Destilação

balão para destilação

Parte importante de qualquer processo de destilação, este balão possui um fundo chato ou redondo, gargalo alongado e saída lateral. Ele é resistente o suficiente para ser aquecido e, dessa maneira, levar ao ponto de ebulição a substância que será destilada.

A saída lateral é onde se encaixa o condensador, que recebe o vapor da ebulição e, por fim, o transforma em líquido destilado ao final do procedimento.

 

Balão Volumétrico

balão volumétrico

Também de gargalo longo e fundo chato, o que destaca o balão volumétrico é a presença de um traço de aferição. É a partir dessa marcação que se faz medições exatas de volume. Sua base arredondada é ideal para o preparo de diversas soluções.

 

Cadinho de Fusão

cadinho de fusão

Feito de porcelana, aço ou alumínio, o cadinho é um recipiente fundo que serve para trabalhar materiais em temperaturas altas. Pode ser encontrado em formatos variados, com forma alta ou baixa, fundo perfurado ou poroso. Pode ser aquecido em fornos mufla e estufas de calor.

 

Copo Becker

copo becker

Disponível em vários tamanhos, o Copo Becker é figurinha carimbada em qualquer laboratório que exista. Trata-se de um copo graduado com um bico dosador na borda, e é muito usado para preparar e dissolver soluções.

São dois tipos: o Griffin, que é de forma baixa, e o Berzelius, que é de forma alta. Além do vidro, este recipiente também pode ser fabricado em polipropileno ou metal.

 

Dessecador de Vidro

dessecador de vidro

Algumas análises exigem que a amostra esteja livre de umidade. Depois de usar a estufa para secar a substância, deixa-la exposta ao ambiente é o mesmo que descartar todo o trabalho já feito.

O dessecador de vidro é um recipiente fundo com dois compartimentos, separados por uma grelha de porcelana removível. Vem também com uma tampa de junta esmerilhada. Sua função é justamente manter a amostra livre de qualquer umidade.

Um agente secante é depositado no compartimento inferior, geralmente sílica, que suga a umidade por dentro. A grelha de porcelana separa o agente da substância a ser armazenada. Por fim, a tampa com junta esmerilhada garante que a amostra não absorva a umidade do ambiente.

 

Erlenmeyer

erlenmeyer

Batizado em homenagem ao químico alemão Emil Erlenmeyer, é um frasco em formato cônico, de fundo chato e bocal estreito. É uma das vidrarias mais versáteis para laboratório, muito usado em titulações, preparos e manuseio de soluções.

É o frasco preferido dos técnicos que trabalham com substâncias voláteis, já que seu formato dificulta a evaporação. Também é seguro para trabalhar com ácidos, já que seu bico afunilado impede o respingo de líquidos, mesmo quando agitados.

Aliás, qualquer solução que precise de agitação manual pode ser feita no Erlenmeyer. Por ter uma base larga, o líquido se movimenta bem em seu interior, o que promove reações químicas.

 

Frasco Kitassato

frasco kitassato

Apesar do formato parecido com o Erlenmeyer – cônico e de base larga –, o Kitassato tem duas diferenças cruciais: é um frasco mais grosso e possui uma saída lateral em seu gargalo. Pode ser graduado ou não, e é indispensável em processos de filtração à vácuo.

No bocal se encaixa um funil de Büchner. Na saída lateral, é conectada uma mangueira que liga o Kitassato a uma bomba de vácuo, que realiza a sucção. Como o ar foi retirado, o líquido despejado não encontra resistência e a filtração ocorre mais rapidamente.

 

Frasco Reagente

frasco reagente

Feito para armazenar substâncias líquidas, sólidas ou em pó, o frasco reagente pode ter vários tamanhos. Vem com uma tampa e seu bocal é estreito, desse modo se evitam derramamentos e evaporação de amostras voláteis.

Pode ser fabricado em vidro transparente ou marrom, ao propósito de abrigar reagentes que precisam ser protegidos da luz. Também pode ser usado para mistura de meios de cultura.

 

Placa de Petri

placa de petri

Inventada pelo microbiologista alemão Julius Richard Petri, é um recipiente cilíndrico e achatado, composto por uma base e uma tampa. Quando preenchida com o ágar ainda líquido, torna-se um meio de cultura para o cultivo de microrganismos assim que ele se solidifica.

São transparentes, a fim de facilitar a vida do analista durante o processo de contagem das colônias. Após seu uso, devem ser esterilizadas em uma autoclave.

 

 

LEIA TAMBÉM: Microrganismos nos alimentos: como identificar e com quais a indústria deve se preocupar?

 

 

Proveta

proveta de vidro graduada

Encontrada em qualquer laboratório, a proveta é um tubo cilíndrico alongado, com uma base de apoio inferior e uma boca com bico dosador. É graduada e serve para fazer medições volumétricas de líquidos.

Também pode ser usada para descobrir a densidade de objetos sólidos, quando adicionados aos poucos a uma quantidade de água. Vale ressaltar que, apesar das graduações tornarem a proveta mais precisa do que outras vidrarias, deve-se sempre considerar o erro associado à medição.

 

 

Auxiliares de manuseio

 

Alça de Drigalski

alça de drigalski em vidro

Nomeada em homenagem ao bacteriologista alemão Wilheim von Drigalski, é um instrumento usado para espalhar células de microrganismos nos meios de cultura em placas de Petri. Existem opções descartáveis e esterilizáveis, assim como formatos diferentes. O mais comum é a sua ponta ser triangular.

 

Bastão de Vidro

bastão de vidro

Também chamado de baqueta, é muito adaptável no dia-a-dia do laboratório: pode ser usado para misturar e agitar soluções, auxiliar em reações químicas e alinhar a transferência de líquidos de um recipiente para outro, evitando respingos.

 

Bureta

buretas graduadas

Vidraria longa, fina e graduada, a bureta é um instrumento de precisão que todo laboratório deve ter. Conta com uma torneira próxima a sua base, o que permite uma liberação cuidadosa de líquidos. Sua função principal é realizar titulações.

Sendo uma vidraria de precisão, precisa ser calibrada antes do uso, garantindo assim resultados confiáveis. Também é preciso deixar a torneira sempre lubrificada, para facilitar seu manuseio.

 

Pipeta

pipeta

Também na categoria de instrumento de precisão, a função da pipeta é auxiliar na transferência de líquidos. Seu formato padrão é de um tubo fino, que pode ser graduado ou ter marcação volumétrica.

O ideal é usar um pipetador para sugar um líquido com este instrumento. Jamais devemos usar a boca para puxar o líquido, já que isso automaticamente contamina a amostra.

 

Tubo de Ensaio

tubos de ensaio

Versáteis e necessários em qualquer laboratório, os tubos de ensaio servem para recolher, analisar e guardar pequenas amostras. Sua base é arredondada, variando apenas o tamanho, e pode ser tampado com rolhas. Podem ser aquecidos ou resfriados de forma gradual.

 

Utensílios

 

Bico com Junta Esmerilhada

bico de papagaio kipp

Inventado em 1844 pelo farmacêutico holandês Petrus Jacobus Kipp, seu bico serve para preparar pequenos volumes de gases. Também pode ser chamada de pipeta bico de papagaio, por causa de seu formato e utilidade.

Deve ser acoplada a um frasco, geralmente um Erlenmeyer, onde são inseridos reagentes diversos. O bico ajuda no doseamento desses reagentes em procedimentos no laboratório.

 

Condensador

condensador com juntas

Essencial para a rotina do laboratório, o condensador serve para transformar as substâncias do estado gasoso para o líquido. Tem como padrão uma estrutura de dois tubos, um externo e outro interno, sendo que o segundo pode ter formatos variados

Muito usado em processos de destilação simples, é o formato do tubo interno que define a qualidade do procedimento. Os mais comuns são:

  • para uma ebulição mais lenta, o formato de bolas conectadas é o indicado;
  • para melhor condensação, deve-se usar o tubo em espiral;
  • por fim, o tubo reto é o mais utilizado, já que faz o líquido entrar em ebulição rapidamente e gera mais vapor que os outros.

 

Funil Analítico

funil analítico de vidro

Seja para transferência de líquidos ou processos de filtração simples, o funil analítico também é obrigatório em um laboratório funcional. É fabricado em diâmetros e tamanhos de haste diferentes, variando o tipo de procedimento.

 

Almofariz com Pistilo

almofariz com pistilo

O almofariz com pistilo – ou gral, outro nome utilizado, principalmente para recipientes menores – serve para moer sólidos até transformá-los em pó. Pode ser fabricado em vários materiais, mas os mais comuns são vidro e porcelana.

Os almofarizes em vidro permitem a visualização das substâncias e não ficam impregnados com odores. Os feitos de porcelana têm a vantagem do aquecimento, e por isso permitem o trabalho com materiais quentes.

 

Lamparina de Vidro

lamparina de vidro

Há muitas maneiras de aquecer substâncias em um laboratório, e tudo depende da intensidade do calor necessário. Para análises que precisam de pouco aquecimento, o método indicado é usar uma lamparina de vidro.

É um recipiente pequeno, de base redonda e chata, onde se coloca o líquido que fará a combustão. Depois, basta inserir um pavio pequeno na substância, que absorverá o combustível e está pronto para ser aceso com um fósforo.

 

Pérolas de Vidro

pérolas de vidro

Existe uma intenção por trás de cada análise, e é por isso que os conceitos de física são tão importantes dentro do laboratório. Quanto maior o controle, melhores são os resultados.

Quando se esquenta uma substância para que ela chegue ao seu ponto de ebulição, há o risco de derramamento por causa do calor. As pérolas de vidro ajudam a controlar a energia cinética, garantindo um procedimento limpo e seguro.

 

 

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Referências

INFO ESCOLA – Navegando e Aprendendo. Materiais de Laboratório. Florianópolis, SC: Info Escola, c2023. Acesso em: 18 jan. 2023.

DIAS, D. L. O que é destilação? Brasil Escola. Goiânia, GO: Rede Omnia, c2023. Acesso em: 19 jan. 2023.

DIAS, D. L. Filtração à Vácuo – Características da Filtração à Vácuo. Brasil Escola. Goiânia, GO: Rede Omnia, c2023. Acesso em: 19 jan. 2023.

FOGAÇA, J. R. V. Filtração – Filtração Simples e à Vácuo. Mundo Educação. Goiânia, GO: Rede Omnia, c2023. Acesso em: 26 jan. 2023.

FAZENDO COISAS LEGAIS Brasil. Dessecador {Química #20}. Youtube: Fazendo Coisas Legais Brasil, 2018. 1 video (8m29seg). Acesso em: 26 jan. 2021.

CONSIGLIERI, V. O. Material e procedimentos do Laboratório de Farmacotécnica. e-Disciplinas USP. São Paulo: Universidade de São Paulo, c2023. Acesso em: 27 jan. 2023.

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Qualidade da Água: saiba as definições, como analisar e por que é indispensável

técnico analisando a qualidade da água

Nós precisamos de água para tudo no nosso dia-a-dia: hidratação, higiene, agricultura, industrialização e muito mais. Por isso, garantir sua qualidade é prioridade para a gestão de recursos hídricos dos países.

O Brasil, por exemplo, tem cerca de 12% de toda a água doce disponível no planeta. Cada uso demanda padrões diferentes de qualidade, e por isso foram criados os métodos de análise e tratamento da água.

Visto que a qualidade da água é um tema complexo, nosso trabalho neste texto é descomplicar o máximo possível para você. Vamos começar?

 

 

O que define a qualidade da água?

A água é, sem dúvida, um dos compostos mais importantes da história do ser humano sobre a Terra. Sem ela não há saúde, economia ou qualidade de vida, afinal. É a água que dá vida às plantações, permite a fabricação de vários produtos e hidrata o nosso corpo.

O recurso natural mais precioso do planeta tem uma composição harmoniosa, e por isso permite o crescimento de uma fauna e flora próprias, com realização de fotossíntese e disposição de nutrientes. Além disso, atua também como solvente universal quando está no estado líquido.

Por ser tão completa, é natural que a água tenha diversas aplicações em nosso cotidiano. Mas ela não deve ser a mesma para todos os seus usos.

É aqui que entra o conceito de qualidade da água: do ponto de vista prático, é a análise das suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Dessa forma, é possível descobrir qual é a água ideal para cada tipo de uso.

 

O que compromete a qualidade da água?

Por causa da sua fluidez, a água consegue dissolver e se misturar com inúmeros elementos e substâncias. Sendo assim, basta entrar em contato com um material ou ambiente para que ela carregue um pouco deles em sua composição.

A água mineral, por exemplo, leva esse nome porque tem origem em aquíferos cercados de materiais rochosos. Uma vez que as rochas soltam minérios, a água os incorpora. Neste caso, são substâncias que fazem bem à saúde de quem beber. Mas, é claro, nem tudo são flores.

 

Principais categorias de contaminantes da água

  • Materiais particulados: são pequenas partículas dispersas na água, como a sílica das rochas, os resíduos do metal dos canos e coloides diversos.
  • Materiais inorgânicos dissolvidos: sólidos e gases que se soltam de rochas, leitos arenosos, recipientes de vidro e tubulações de ferro; metais; compostos químicos vindos de detergentes e fertilizantes, além dos gerados em estações de tratamento de água.
  • Materiais orgânicos dissolvidos: pesticidas, herbicidas, gasolina, solventes e compostos orgânicos em geral, nutrientes, resíduos de tecidos animais e vegetais, além de resíduos dos revestimentos internos das tubulações, conexões e tanques de estocagem.
  • Microrganismos: águas de superfície possuem grande diversidade de bactérias, algas e protozoários. Apesar das águas para consumo humano serem tratadas nas estações, as bactérias conseguem penetrar e aderir às superfícies internas de tanques, recipientes de estocagem e tubulações.
  • Pirogênicos: fragmentos de paredes de células bacterianas gram-negativas ou lipossacarídeos.

A presença desses materiais pode causar alterações nos parâmetros físico-químicos da água, de tal forma que coloca a sua conformidade em cheque. Mas se a água incorpora tanta coisa ao mísero contato, o que deve ser monitorado?

Para responder a esta pergunta, em primeiro lugar precisamos saber mais sobre os órgãos responsáveis pela água no Brasil. Em seguida, quais são os marcos legais da legislação sobre o tema e os padrões de qualidade que foram estabelecidos.

 

Quais são os padrões de qualidade da água no Brasil?

Quem cuida da água no Brasil é o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), que foi criado através da Lei Federal nº 9.433, de 1997.

O SINGREH conta com a participação de órgãos executivos e deliberativos, alguns em âmbito nacional e outros de dimensões estaduais. Algumas das funções desses órgãos são, por exemplo, a regulação de contratos e o controle das operações que envolvam água.

Por outro lado, a entidade responsável pela classificação das águas disponíveis em todo o Brasil é o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). São três tipos de águas brutas: as doces, as salinas e as salobras, que são divididas em classes que orientam seus usos.

 

A partir da divisão das classes da água, o CONAMA mapeou os usos para os quais o recurso é destinado. Sendo assim, os usos são divididos em duas categorias:

  • Usos consuntivos: retiram uma quantidade de água, usam e devolvem em menor quantidade, geralmente com uma qualidade inferior. É o caso das águas que vão para irrigação, abastecimento humano, setor industrial e dessedentação de animais.
  • Usos não consuntivos: retiram a água de mananciais próprios, ou retornam a mesma quantidade de água aos sistemas de captação imediatamente após o uso. Nesta categoria estão as águas que servem para gerar energia elétrica, pesca, preservação da fauna e da flora, recreação, navegação e diluição de efluentes.

 

Resoluções do CONAMA sobre a água

As resoluções do CONAMA contam com tabelas de padrões de qualidade, a fim de listar os parâmetros e seus valores máximos permitidos. Eles devem orientar as análises de conformidade da água, segundo a classe à qual ela pertence. As mais relevantes são:

  • De 2005, a Resolução nº 357 informa as classificações dos corpos de água, a forma como são enquadrados e entrega grande parte dos parâmetros de análise (foi alterada parcialmente pela nº 397, de 2008);
  • Resolução nº 396, emitida em 2008, que informa o enquadramento das águas subterrâneas;
  • Resolução nº 430, emitida em 2011, que complementa a Resolução nº 357 com novas condições, padrões e parâmetros de qualidade da água.

 

Quais são os principais usos da água no Brasil?

 

Abastecimento doméstico

É a água que usamos para beber, tomar banho e cozinhar, entre outras funções. É dependente de estações de tratamento de água e análises da qualidade para consumo humano.

Mesmo que as águas destinadas para este abastecimento sejam das classes mais altas entre os recursos hídricos, a lei diz que é obrigatório que ocorra um processo de desinfecção. Pode ser de tratamento simplificado ou convencional.

A orientação é seguir os padrões de potabilidade da água estabelecidos pela Portaria de Consolidação nº 5, criada em 2017 pelo Ministério da Saúde e que foi parcialmente alterada pela Portaria nº 888, de 2021.

 

Abastecimento industrial

Pode ser usada como matéria-prima e como solvente, além de ser parte importante dos procedimentos de higienização. A orientação é, acima de tudo, não possuir substâncias e organismos que façam mal à saúde. Também deve ter baixa dureza e baixa agressividade.

No caso da indústria de alimentos, manter o controle de qualidade da água é importante para a conformidade do produto final. Por isso, é recomendado que as fábricas de alimentos contem com suas próprias estações de tratamento de água, se for posível.

 

Irrigação

É o maior uso da água em território nacional, já que corresponde à metade do que é retirado dos recursos hídricos. Visto que é enviada para a atividade agrícola, a quantidade varia dependendo do tipo de cultura, solo, relevo, clima e equipamentos utilizados.

Desse modo, a orientação geral é que tenha baixa dureza, agressividade e salinidade. Além disso, deve ser isenta de substâncias químicas e organismos prejudiciais à saúde, ao solo e às plantações.

 

Uso animal

É a água que vai para o desenvolvimento da pecuária, aquicultura e pesca. A quantidade destinada varia dependendo do tipo da cultura, sendo que 87% da demanda corresponde à criação de bovinos.

Para que a água não faça mal à saúde dos animais, a orientação é que não contenha substâncias químicas e microrganismos patogênicos. Dessa forma, é possível garantir a conformidade dos produtos finais.

 

Preservação da fauna e flora

Voltadas para a preservação das comunidades aquáticas em território nacional, é uma demanda atendida por classes de águas doces, salobras e salinas. Seu padrão de qualidade varia de acordo com os requisitos ambientais da fauna ou flora que se deseja conservar.

 

Recreação e lazer

São as águas direcionadas para o turismo náutico, prática de esportes aquáticos e outras usos. De acordo com as legislações do CONAMA, são catalogados dois tipos de recreações:

  • as de contato primário, direto e prolongado com a água, com alta possibilidade de ingestão; e
  • as de contato secundário, esporádico ou acidental, com baixa possibilidade de ingestão.

Assim como qualquer recurso hídrico direcionado para uso humano, as águas para recreação e lazer não devem conter substâncias químicas ou organismos prejudiciais à saúde. Além disso, também é orientado que possuam baixos teores de sólidos em suspensão, óleos e graxas.

 

Geração de energia

São as águas voltadas para o funcionamento de usinas hidroelétricas e termelétricas. De acordo com a orientação geral, as águas direcionadas para geração elétrica devem ter baixa dureza e agressividade.

 

 

Índices de Qualidade de Água usados no Brasil

Cada uso de água demanda critérios diferentes de qualidade. O CONAMA permite o uso de índices personalizados para que os órgãos estaduais façam a análise das águas. De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), são sete os principais índices utilizados no Brasil:

  1. Índice de Qualidade das Águas (IQA): criado pela National Sanitation Foundation, órgão que fiscaliza recursos hídricos nos EUA. Avalia a qualidade da água para uso doméstico.
  2. Índice do Estado Trófico: verifica a presença de nutrientes na água, visto que podem incentivar a proliferação de algas e presença de odores fortes quando estão em altas quantidades .
  3. Análise de Balneabilidade: mede a qualidade da água para uso recreativo em praias, lagos e rios.
  4. Qualidade de Água para a Proteção da Vida Aquática (IVA): análise das propriedades da água para a fauna e flora aquáticas.
  5. Índice de Qualidade da Água Bruta para Fins de Abastecimento Público (IAP): desenvolvido no Brasil, aprimora o IQA e adiciona outros parâmetros de análise, como a presença de substâncias tóxicas, ou que afetem sua qualidade para os sentidos humanos.
  6. Qualidade de Água em Reservatórios (IQAR): critério que analisa os parâmetros da água em reservatórios de abastecimento.
  7. Índice de Contaminação por Tóxicos: criado no Brasil, analisa parâmetros químicos que podem causar danos à saúde por ingestão da água.

 

Qual é o padrão de qualidade da água para uso em laboratório?

A água utilizada em laboratórios vem das fontes direcionadas para o abastecimento doméstico urbano. Apesar de ser retirada das classes mais altas dos recursos hídricos e tratada em estações, ela ainda não está adequada para o uso laboratorial.

Acontece que, mesmo depois do tratamento, a água ainda possui alguns elementos e substâncias. O flúor, por exemplo, é adicionado visando a saúde dental dos consumidores.

Já outros materiais, orgânicos e inorgânicos, são liberados pelo contato da água com as tubulações, tanques de estocagem e torneiras. Sem falar nos microrganismos, que estão por toda a parte. É por isso que, na rotina do laboratório, é preciso transformar a água potável em água reagente.

 

Qual é a diferença entre a água potável e a água reagente?

Pois é, a água boa para beber não é suficientemente pura para uso laboratorial. E nem poderia ser, já que a água reagente não é adequada para o consumo.

A água considerada potável tem íons e sais que são essenciais para hidratar o corpo humano. A água reagente, por outro lado, só passa a ser considerada pura se contém o mínimo, ou elimina todos eles.

 

 

Os íons, sais e microrganismos podem impactar nos resultados das análises, já que alteram a qualidade dos reagentes utilizados. Sendo assim, todo laboratório que se preze precisa trabalhar com métodos de purificação da água.

É por isso que a Cap-Lab comercializa dois métodos de purificação de água: destiladores e equipamentos de osmose reversa. A combinação dos dois métodos dá uma ótima água pura, que atende a maior parte dos procedimentos de rotina de um laboratório de análise.

Há dois tipos de destiladores disponíveis: o tipo Pilsen, que é instalado em paredes e possui capacidade para lidar com grandes fluxos de água, e o de bancada, que deve ser usado junto com carvão ativado para filtrar as impurezas.

Destilador de Água Tipo Pilsen

Destilador de Água de Bancada Osmose Reversa

 

Quais são os parâmetros para analisar a qualidade da água?

 

Parâmetros físicos

 

Temperatura

Variações térmicas vêm de causas naturais, não apenas da influência do sol e das estações do ano, como também pela ação humana. A temperatura afeta diretamente a tensão superficial da água e pode aumentar sua viscosidade, bem como impactar os organismos aquáticos.

 

Sabor, odor e cor

São parâmetros de alta importância para a distribuição de uso doméstico e industrial. Uma vez que a água não está insípida, inodora e incolor, há um indicativo da presença de microrganismos e resíduos orgânicos e inorgânicos.

 

Turbidez

Imagine, por exemplo, que você está tomando água em um copo de vidro transparente, sentado em um parque ao meio-dia. À medida que a luz do sol bate no copo, você repara que a água está com um aspecto turvo.

Isso acontece porque a luz tem dificuldade em atravessar as partículas em suspensão, que estão dispersas na água. A turbidez pode ser fruto do crescimento de bactérias ou da presença de sólidos.

 

Sólidos totais dissolvidos

É o parâmetro que mede a quantidade de solutos dissolvidos na água. Costuma identificar materiais como bicarbonato, sódio, magnésio, cálcio e cloretos.

Apesar de serem emitidos em fontes naturais, as principais razões para a presença de sólidos em água são contato com resíduos industriais, esgotos, produtos químicos e atividades ligadas a agricultura.

 

Condutividade elétrica

A água conduz eletricidade por causa dos íons em sua composição, geralmente vindos dos sais. Sendo assim, medir a condutividade da água ajuda a determinar com precisão seu grau de salinidade. Se o índice for alto, é indicativo da presença de contaminantes.

 

 

Parâmetros químicos

 

pH

É o potencial hidrogeniônico da água. É medido em uma escala que vai de 0 a 14, para que se classifique a substância como ácida, neutra ou básica/alcalina. Influencia na qualidade da água, dependendo do seu uso. Para beber, o pH ideal é entre 6 e 9,5.

 

Alcalinidade

É o parâmetro que indica o quanto a água consegue absorver substâncias ácidas sem que o pH se altere. É muito importante para a aquicultura e as estações de tratamento de água, já que ajuda a definir a quantidade de produtos químicos que serão utilizados.

 

Dureza

Quando há altas concentrações de sais, como cálcio e magnésio, ou metais bivalentes, a água é considerada “dura”. Ao ser utilizada, essa água pode manchar roupas, entupir canos e conexões, ressecar a pele e os cabelos, além de diminuir a vida útil de equipamentos.

 

Metais

Podem vir do contato natural da água com o solo e as rochas, mas também de resíduos industriais. Alguns, como o ferro e o manganês, causam alterações em parâmetros físicos da água. Outros, como o chumbo, são tóxicos e extremamente prejudiciais à saúde.

 

Fósforo e Nitrogênio

São nutrientes que, se estiverem em alta quantidade, facilitam o desenvolvimento de algas indesejadas. A presença de algas na água altera alguns parâmetros físicos, principalmente o sabor o odor.

 

Fluoretos

O flúor é colocado na água durante o tratamento para abastecimento doméstico, para ajudar na saúde bucal e manutenção da arcada dentária. No entanto, se estiver em altas quantidades, pode causar doenças, déficits cognitivos e até mesmo câncer.

 

Oxigênio dissolvido

A água, naturalmente, tem oxigênio dissolvido em sua composição. Sem o oxigênio, não há vida para os organismos aquáticos aeróbios.

A quantidade de oxigênio dissolvido depende da altitude e da temperatura de onde a água foi retirada. Também pode ser diminuído pela presença de matéria orgânica, já que isso coloca as bactérias para trabalharem na decomposição, consumindo muito oxigênio no processo.

 

Matéria orgânica

É primordial para a vida e nutrição de seres aquáticos, mas em grandes quantidades causam alterações em parâmetros físicos e químicos da água. Quanto mais matéria orgânica, mais o oxigênio dissolvido diminui, o que causa desequilíbrios ecológicos.

 

Componentes inorgânicos

Agrotóxicos, detergentes, cianetos e produtos químicos entram em contato com a água por causa de dejetos industriais e atividades extrativistas, como o garimpo e a mineração. Devem ser monitorados, pois são prejudiciais à saúde dos seres humanos e dos animais.

 

 

Parâmetros biológicos

Já que a água repleta de nutrientes, ela é um prato cheio para microrganismos de todas as classificações. Nas análises de qualidade, alguns devem ser acompanhados com atenção: as bactérias patogênicas e as algas.

As algas surgem em águas com excesso de matéria orgânica. Elas podem trazer alterações de sabor, cor e odor, reduzem o oxigênio dissolvido e interferem em processos de tratamento de água.

As bactérias patogênicas, por outro lado, são um perigo para a água destinada ao uso humano e animal. Indicativo de que houve contato com dejetos, podem causar doenças sérias como febre tifóide, cólera, gastroenterites e diarreias sanguíneas.

 

 

O que há no catálogo da Cap-Lab para analisar a qualidade da água?

 

Para análises físicas

Para verificar a cor da amostra de água, temos o Colorímetro Portátil Checker® Hanna HI727. Em análises de turbidez, o Turbidímetro Milwaukee Mi415 trabalha com uma faixa ampla de medições. Por fim, contamos com uma ampla linha de termômetros para definições de temperatura.

Colorímetro Portátil Checker HC Analisador de Cor de Água HI727

 

Turbidímetro Milwaukee MI415 Termômetro Digital com Sonda Checktemp HI98501

Há diversas opções para análise de cloro: os Analisadores Portáteis Checker® HC Hanna conseguem medir a quantidade de cloro livre, cloro total e cloro total faixa ultra alta. Entregam resultados rápidos, cabem no seu bolso e são simples de operar. Para essas medições, também estão disponíveis o Microquant® Cloro Livre Merck e os Fotômetros Milwaukee.

Analisador Checker para Cloro Livre Hanna

 

Microquant Cloro Livre Fotômetro Portátil para Cloro Total MW11

Para medir a condutividade elétrica da água, temos os condutivímetros de bolso HI98303 da Hanna e o CD601 da Milwaukee. Ambos possuem compensação automática de temperatura, mas são diferentes na faixa de medição e resolução.

Condutivímetro de Bolso Hanna HI98303 Condutivímetro de Bolso Milwaukee CD601

 

Para análises químicas

Os pHmetros Milwaukee contam com eletrodo de pH e uma sonda de temperatura, para compensação dos efeitos durante as medições. Há modelos de bancada, portáteis ou de bolso. Os eletrodos podem ser para amostras sólidas ou líquidas. Possuímos também pHmetros direcionados para aquarismo, tratamento de piscinas e aplicações robustas.

Caso o desejo seja uma análise mais simples, o Teste de pH 1-14,0 MQuant® Merck atende perfeitamente: são 100 tiras que entregam o valor do pH de forma semiquantitativa, a partir de uma escala de cores.

pHmetro de Bancada Milwaukee MW150 pHmetro Portátil Milwaukee MW105 pHmetro de Bolso Milwaukee Teste de pH MQuant Merck

Para medir o oxigênio em água, o Medidor de Oxigênio Dissolvido Milwaukee MW600 é um dos queridinhos do mercado. É portátil, possui uma estrutura robusta e conta com uma bateria com até 70 horas de uso contínuo.

Medidor de Oxigênio Dissolvido Milwaukee MW600

 

Para análises microbiológicas

Os Luminômetros Hygiena detectam trifosfato de adenosina, ou ATP, uma molécula de energia que pode ser encontrada em qualquer matéria orgânica. Através dos dispositivos AquaSnap Free e Total é possível monitorar a eficiência de limpeza em amostras de água vindas do processo de enxágue.

Para detecção de microrganismos, também é possível usar o MicroSnap: há testes para contagem total, Enterobactérias, Coliformes e Listeria. As amostras precisam de incubação, com resultados em menos de 24h.

Teste por ATP AquaSnap Livre e Total Luminômetro Hygiena EnSURE Touch Teste Microbiológico por ATP MicroSnap

Outra opção para as análises microbiológicas é a linha de meios de cultura granulados da Merck. Com foco exclusivo em Coliformes e E. coli, é possível fazer medições presuntivas com o Agar Cristal Violeta Vermelho Bile (VRB), e confirmativas com o Caldo EC ou o Caldo Verde Brilhante Bile 2%.

Para uma análise mais rápida e qualitativa de Coliformes e E. coli, também indicamos o Readycult® Coliforms 100 Merck. O pacote contém 20 testes, e um flaconete é o suficiente para 100mL de amostra de água.

Meios de Cultura Granulados Merck Readycult Coliforms 100 Merck

Outra opção para análise de microrganismos são as placas Compact Dry, que podem ser mantidas em temperatura ambiente e reduzem o espaço de estocagem em até 90%. Elas são transparentes e facilitam a contagem de colônias.

Compact Dry

 

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Referências

CASTANHEIRA, A. C. Controle de Qualidade de Leite e Derivados. 2ª ed. São Paulo: Cap-Lab, 2010. 269 p.

GUERRA, M. G. et al. Disponibilidade e qualidade da água na produção de leite. Acta Veterinaria Brasilica, v. 5, n. 3, p. 230-235, 2011.

FERNANDES, A.; NOGUEIRA, M.; RABELO, P. Escassez e qualidade da água no século 21. Informe Agropecuário, v. 29, n. 246, p. 86-101, 2008.

GIRARDI, R; VENZON, P. T. Parâmetros de qualidade da água de rios e efluentes presentes em monitoramentos não sistemáticos. Revista de Gestão de Água da América Latina, v. 16. e. 2, 2019.

LÁZARO DA SILVA, J. C. A qualidade das águas superficiais e os principais critérios de avaliação. Goiânia, GO: Brasil Escola, c2022. Acesso em: 6 jun. 2022.

ANA – Agência Nacional de Águas. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Brasília, DF: Governo Federal, c2021. Acesso em: 14 jul. 2022.

ANA – Agência Nacional de Águas. Indicadores de Qualidade – Índice de Qualidade das Águas (IQA). Brasília, DF: Governo Federal, c2022. Acesso em: 22 jul. 2022.

EOS CONSULTORES. Qualidade da Água: conheça os parâmetros de monitoramento no Brasil. Campo Grande, MS: EOS Consultores, c2022. Acesso em: 6 jun. 2022.

SANCHES, C. Como manter a qualidade da água nos laboratórios. São Paulo: LabNetwork, 2015. Acesso em: 21 jul. 2022.

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Analisador de Umidade: por que seu uso é essencial para o Controle de Qualidade?

analisador de umidade

Fazer o controle e monitoramento da qualidade dos produtos é uma obrigação das cadeias produtiva e industrial. Visto que os órgãos fiscalizadores estão sempre a postos para identificar possíveis inconformidades, o uso do analisador de umidade é necessário para alguns setores.

O analisador de umidade atende a vários segmentos do mercado justamente por entregar dados sobre a quantidade de água presente nos produtos. A água é um fator essencial para o crescimento microbiano, e por isso deve ser monitorada constantemente.

Mas afinal, como funciona um analisador de umidade? Quais são os setores que devem fazer uso deste equipamento? E como escolher um analisador de qualidade? Falamos sobre esses tópicos neste texto! Vamos começar?

 

 

Por que usar um Analisador de Umidade?

Vamos fingir, por exemplo, que você trabalha fazendo o controle de qualidade em uma indústria de alimentos. Sua função é garantir que os produtos fabricados ali cheguem em excelentes condições ao consumidor final.

Visto que a matéria-prima chegou até a indústria, ela passou por uma cadeia produtiva primeiro. Você sabe que o produto interage com o ambiente externo, podendo sofrer alterações por causa da temperatura e umidade do ar. E também que haverá nele uma atividade de água interna, que transforma aos poucos a sua estrutura.

Para realizar o controle de qualidade na indústria, sem dúvida você precisa saber os detalhes da composição do produto. Recolher dados de análises físico-químicas faz parte da sua rotina.

O Analisador de Umidade é responsável por uma das análises mais importantes: a do teor de umidade. Esse dado é essencial para definir a qualidade da matéria-prima e, portanto, do produto final que será feito com ela.

 

LEIA TAMBÉM: Descubra tudo o que você precisa saber sobre Higiene na Indústria de Alimentos

 

Qual é a diferença entre o teor de umidade e a atividade de água?

Antes de nos aprofundarmos nos usos do Analisador de Umidade, primeiramente devemos falar sobre o teor de umidade e o índice de atividade de água. É comum que confundam esses dois parâmetros.

O teor de umidade é indispensável para o controle de qualidade de um produto, assim como a atividade de água. E, apesar de se relacionarem entre si, há uma diferença importante entre os dois.

Podemos dizer que o teor de umidade é a porcentagem da água total que há em um produto. A água total é a soma das três formas em que ela se apresenta: a água ligada, a água adsorvida e a água livre.

  • A água ligada está combinada quimicamente com as partículas sólidas do produto. É estável e não permite o crescimento de microrganismos.
  • A água adsorvida se encontra em camadas finas, ou mais próximas à superfície do material. Se comporta mais como um sólido do que como um líquido.
  • Já a água livre, também chamada de água disponível, está presente na superfície e entre os poros do produto. Funciona como solvente e permite a ação de microrganismos e reações enzimáticas.

O índice de atividade de água (Aw) é o total da água livre de um produto. Uma vez que está disponível na estrutura do material, os microrganismos e enzimas a utilizam para suas reações metabólicas.

 

Qual é a relação entre a água e o crescimento de microrganismos?

Devemos pontuar que um alto índice de atividade de água não é indicativo de que o teor de umidade do produto é elevado. Vejamos o caso do pão, só para ilustrar: é um alimento com 40% de teor de umidade, o que é considerado baixo, enquanto sua atividade de água é alta (0,96).

Ou seja, enquanto o teor de umidade mede a quantidade de água no produto, o índice de atividade de água nos esclarece o quanto dessa água está disponível para os microrganismos e enzimas.

Com exceção dos microrganismos de baixa exigência, de forma geral podemos dizer que quanto maior é a atividade de água, maior e melhor é o crescimento microbiano.

 

Para que serve um Analisador de Umidade?

O teor de umidade, além de interferir na vida útil de um produto, também influencia em seu peso total. A umidade pode até não estar aparente, mas ela compõe a estrutura da matéria tanto quanto os sólidos.

É por isso que o analisador de umidade funciona como uma balança: ao depositar a amostra no prato, a primeira coisa que o aparelho fará é medir o seu peso total. Para chegarmos até o teor de umidade, no entanto, precisamos de um aumento de temperatura.

Sendo assim, o analisador de umidade opera no que chamamos de princípio termogravimétrico: a partir de um processo de aquecimento, a secagem da amostra faz com que seu peso diminua. A porcentagem do peso perdido indica seu teor de umidade.

Há dois tipos de analisadores de umidade: os que aquecem por infravermelho e por lâmpada de halogênio. A diferença entre os dois é o tempo de secagem da amostra: os que funcionam por lâmpada halógena entregam análises mais rápidas.

 

Quais são os segmentos que precisam de um Analisador de Umidade?

Já que o teor de umidade interfere no tempo de conservação de qualquer produto, várias indústrias e segmentos de produção podem usar o analisador de umidade. Separamos aqui algumas áreas onde o uso deste equipamento é importante e indispensável.

 

Indústria de Alimentos

Antes de chegar à indústria, a matéria-prima dos alimentos passa pelas etapas de produção e transporte. Durante esses processos, a umidade relativa do ar (UR) certamente influencia no teor de umidade do material.

Além disso, a umidade que o material absorve do ambiente é água livre, aumentando o índice de atividade de água disponível aos microrganismos. Este fator é um dos pontos que devem ser levados em conta para definir o shelf life do produto industrializado.

Shelf life é o termo em inglês para “vida de prateleira”. Em outras palavras, é o tempo que determina a duração do alimento, ou seu prazo de validade. Este prazo é determinado por diversas variáveis, inclusive o teor de umidade do produto.

Para seguir as normas de segurança e qualidade dos alimentos, a indústria faz uso do analisador de umidade. Desta maneira é possível saber se a matéria-prima adquirida está adequada para a industrialização dos alimentos, assim como controlar o percentual de umidade de produtos acabados.

 

SAIBA MAIS: Microrganismos nos alimentos: como identificar e com quais a indústria deve se preocupar?

 

Agricultura e Pecuária

Dentro da cadeia do agro, o teor de umidade faz parte de um eterno ciclo. A análise da quantidade de água é uma tarefa necessária para entender o solo para o plantio, o peso da colheita, a alimentação do gado e, por fim, a qualidade do produto extraído.

 

Agricultura

O agricultor precisa conhecer a área do cultivo em detalhes, principalmente as características do solo. Aqui entra o primeiro uso do analisador: descobrindo o teor de umidade, é possível saber se o solo retém água ou não, o momento e a quantidade certa para irrigação, prevenir doenças na plantação e outras conclusões relevantes.

Além disso, outra tarefa do agricultor é realizar o processo de secagem da safra antes de comercializá-la. Já que o preço dos grãos é estipulado por seu peso e o teor de umidade influencia nisso, uma quantidade de água incomum pode ser considerado um indicativo de fraude.

Usando o analisador de umidade, o produtor verifica se o procedimento de secagem fez efeito e assegura a venda de uma safra boa, que está de acordo com os padrões de qualidade estipulados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

 

Pecuária

Assim como os alimentos ajudam na hidratação dos seres humanos, os concentrados que alimentam os animais da pecuária fazem a mesma coisa. Em resumo: quanto mais hidratados estão os animais, maior é a possibilidade de aumento da quantidade de água nos produtos extraídos deles.

Falando exclusivamente da pecuária leiteira, o nível de hidratação do gado pode refletir em um leite com mais água e menos constituintes sólidos. É por isso que um dos testes mais valorizados é a análise do teor de sólidos no leite, já que é assim que se descobre o Extrato Seco Total (EST) da amostra.

Portanto, com a ajuda de um analisador de umidade, é possível secar a quantidade de água que há no leite e descobrir o seu teor de sólidos. Quanto mais sólidos há no leite, mais nutrientes ele possui e maior é o rendimento da produção de laticínios como queijos, iogurtes e outros.

Por outro lado, uma quantidade incomum de água no leite pode ser um indicativo de fraude. Nesses casos, apenas a Crioscopia pode confirmar a suspeita.

 

LEIA TAMBÉM: Descubra por que a Crioscopia do leite é essencial para garantir a sua qualidade

 

Indústria Farmacêutica

Medicamentos demandam muito cuidado em seu processo de produção. Qualquer interferência em sua composição química é certamente um fator de risco, o que deve ser evitado a todo custo. No entanto, é impossível fugir totalmente dos efeitos da umidade relativa do ar.

Quando um remédio é produzido, os farmacêuticos determinam qual é seu estado ideal – seja sólido, líquido ou em pó –, a fim de garantir o efeito esperado no organismo de quem for medicado. Um teor de umidade fora do comum permite o surgimento de fungos e bolores, pode oxidar comprimidos e empedrar medicamentos em pó.

Antes de comercializar o remédio, é importante a indústria verificar o teor de umidade de uma amostra. Medicamentos com quantidade de água fora do estipulado devem ser imediatamente descartados.

 

Indústria de Cosméticos

Cosméticos, assim como medicamentos, são baseados em formulações químicas e não escapam dos efeitos da umidade relativa do ar. E se tem água livre em excesso, há condições para os microrganismos fazerem a festa.

Cosméticos sólidos – como maquiagens em pó, talcos e sabonetes – são os mais afetados pelo alto teor de umidade. Os efeitos possíveis são empedramento, amolecimento e modificação do seu peso e volume, além do risco real de contaminação microbiológica.

Como é estipulado aos alimentos, os cosméticos também devem ter seu shelf life exposto na embalagem. Ao descobrir a quantidade de água, o analisador de umidade auxilia a indústria a definir o prazo de validade desses produtos.

 

Construção Civil

Imagine levantar um edifício sem usar materiais de qualidade? É tragédia na certa, ou muita dor de cabeça para o proprietário. O concreto, material que deixa qualquer construção em pé, é produzido com areia. E como não poderia deixar de ser, é aqui que a umidade relativa do ar ataca novamente.

São dois fatores que podem afetar a permeabilidade do concreto: o diâmetro dos grãos e o teor de umidade da areia utilizada. As usinas de concreto, que são responsáveis por produzir o material para as obras, precisam conhecer os detalhes da areia que vão utilizar.

Realizando testes com o analisador de umidade no concreto antes de comercializá-lo, essas usinas garantem um produto seguro e de qualidade para a construção civil levantar edifícios firmes, que não enfrentem problemas estruturais.

 

Qual Analisador de Umidade comprar?

 

Analisadores Bel i-Thermo

Recentemente a Bel tem investido em seus analisadores de umidade, lançando modelos completos e simples de operar. É o caso dos i-Thermo M5 163L e G163L, que contam com múltiplas opções de idiomas e suportam amostras de até 160g.

A principal diferença entre os dois é que o M5 163L possui tela grande de 5 polegadas em touchscreen, enquanto o display do G163L é de LCD com iluminação. Mas os dois equipamentos têm entrada USB para recolhimento de dados e armazenam o último ciclo de secagem utilizado.

Os analisadores i-Thermo também permitem a impressão dos dados da sessão por intervalo de tempo, que é totalmente definido pelo usuário.

 

Analisador Ohaus MB27

A Ohaus é conhecida por entregar excelentes analisadores de umidade, e está sempre buscando atualizar os equipamentos com as tecnologias mais atuais disponíveis para as análises. O modelo MB27 vem nessa linha, com aquecimento por lâmpada halógena e capacidade para amostras de até 90g.

Talvez o maior destaque do MB27 seja seu custo-benefício, que é um dos melhores do mercado. É um ótimo analisador para quem deseja fazer análises rápidas, confiáveis e de qualidade. Seu display é de LCD com iluminação e o equipamento possui até três modos de programação de secagem.

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

VALENTINI, Sílvia Regina T. et al. Determinação do Teor de Umidade de milho utilizando aparelho de microondas. São Paulo: SciELO – Scientific Electronic Library Online, 1998. Acesso em: 17 mai. 2022.

DA CUNHA, Humberto V. F. A diferença entre Atividade de Água (Aw) e o Teor de Umidade nos alimentos. Campinas, SP: Food Safety Brazil, 2016. Acesso em: 13 mai. 2022.

MONTANHINI, Maike T. M. Umidade relativa do ar em indústrias de laticínios. Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 7 abr. 2021. Acesso em: 17 mai. 2022.

ALONSO, Vanessa P. Propriedades da água e sua importância na estabilidade de alimentos in natura e processados. São Paulo: Food Tech Blog, 15 mar. 2013. Acesso em: 16 mai. 2022.

SANTOS, Maurício S. Você sabe fazer a correção do peso de grãos com base na umidade? Santa Maria, RS: Mais Soja, 16 fev. 2021. Acesso em: 17 mai. 2022.

EALI. Shelf life: a importância para a qualidade e segurança dos alimentos. Porto Alegre, RS: Blog da Eali, 19 fev. 2020. Acesso em: 17 mai. 2022.

BANDERALI, Mauro. A importância do monitoramento da umidade do solo na agricultura. Rio de Janeiro: Jornal Dia de Campo, 2018. Acesso em: 13 abr. 2022.

RIBEIRO, Wandy. Indústria farmacêutica: conheça os prejuízos da alta umidade. Anápolis, GO: ICTQ – Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade, c2016. Acesso em: 11 abr. 2022.

SUPORTE. Ensaios Geotécnicos: Determinação do Teor de Umidade. São Pedro, SP: Suporte, 29 jun. 2018. Acesso em: 16 mai. 2022.

ECO SONICS. Entenda a importância do controle de qualidade em setores industriais. Indaiatuba, SP: Blog da Eco Sonics, 5 mai. 2021. Acesso em: 12 abr. 2022.

THERMOMATIC. A importância de realizar o controle de umidade na indústria de cosméticos. São Paulo: Thermomatic, c2022. Acesso em: 13 abr. 2022.

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Descubra por que a Crioscopia do leite é essencial para garantir a sua qualidade

crioscópio para análises de leite

A Crioscopia do leite é um dos testes obrigatórios para a indústria de produtos lácteos. Apesar de ser considerado um alimento completo em questão de valores nutricionais, isso só é possível se a presença desses nutrientes estiver garantida em sua composição.

Por isso, é necessário que os profissionais do setor saibam o que é a Crioscopia, como ela se aplica na análise do leite e como fazer esse procedimento do jeito cert

Se interessou? Neste artigo vamos falar sobre a teoria da Crioscopia, bem como quais são os seus benefícios para a indústria de lácteos e tudo o que deve ser feito para garantir a qualidade do seu leite.

 

 

O que é a Crioscopia?

A Crioscopia é uma das propriedades coligativas das soluções e se refere a queda da temperatura de congelamento de uma substância.

Não sabe o que são as propriedades coligativas? Segundo a Química, essas propriedades atuam sobre o nível de concentração de um soluto quando é dissolvido em um solvente. Em outras palavras, qualquer substância que se dissolva quando entra em contato com outra é classificada como um soluto.

Veja, por exemplo, o caso do sal. Quando o colocamos na água, que é um solvente, ele se dissolve e cria uma solução: a água salgada. Dependendo da concentração de sal que há nessa água, maior é o seu efeito para as propriedades coligativas.

No caso da Crioscopia, precisaríamos de uma temperatura mais baixa para congelar totalmente essa água. Afinal, é a presença do sal que torna difícil o congelamento da substância.

Em resumo, qualquer solução com alta concentração de solutos terá um ponto de fusão menor. É possível observar isso em situações cotidianas, como o hábito de se jogar sal nas estradas para derreter a neve em países frios.

 

O que é a Crioscopia do leite?

Em termos químicos, o leite é considerado o melhor alimento que consumimos. Isso acontece porque ele conta com vários constituintes nutritivos: a lactose, as proteínas, as vitaminas e os sais minerais. O leite também tem aproximadamente 87% de água em sua composição.

constituintes do leite, seu teor e variação

Sendo assim, podemos afirmar que o leite é uma solução. São mais de 100 mil constituintes dissolvidos em água, formando o alimento que marca presença na rotina de bilhões de pessoas ao redor do mundo.

A qualidade do leite é medida pela concentração desses constituintes nutritivos. Afinal, é graças a eles que o leite faz bem à saúde de quem o consome. A indústria de lácteos também depende deles para a fabricação de queijos, iogurtes e outros derivados.

Para que essa qualidade seja garantida, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) define a Crioscopia do leite como uma análise obrigatória. Visto que é uma propriedade coligativa, a Crioscopia determina o nível de concentração dos nutrientes do leite a partir do seu ponto de congelamento.

Segundo a Instrução Normativa nº 76, o padrão desejado para congelamento do leite deve estar entre -0,512°C e -0,536°C. Se o leite congelar a uma temperatura acima do padrão, ou seja, mais próxima de 0°C, é um sinal de que há mais água do que o normal. Nestes casos, há um indicativo de fraude.

 

Quais são os benefícios da Crioscopia do leite?

 

Avaliar a qualidade e a composição do leite

Quanto mais proteínas e gorduras o leite tem, maior é o seu rendimento na fabricação de derivados. Como resultado, mais valioso ele é. Quando há mais água do que o normal em sua composição, sua qualidade cai.

O índice crioscópico dá uma boa noção da concentração de solutos presentes no leite, apesar de não entregar os valores específicos. Junto com outros testes, como o de estabilidade ao alizarol, acidez, densidade e análise da composição do leite, a Crioscopia é parte essencial do controle de qualidade do alimento.

 

Descobrir fraudes por adição de água

Uma das fraudes mais fáceis de se identificar no leite é a adição de água, já que é justamente a sua quantidade que define o ponto crioscópico. Quanto mais próximo de 0°C o leite congelar, maior a chance de estar fraudado com água.

No entanto, é preciso destacar que há outros fatores que podem alterar a crioscopia do leite: além da possibilidade de fraude, deve-se considerar também o clima, a alimentação e os fatores genéticos do rebanho.

Outro ponto importante é a habilidade que algumas pessoas possuem para fazer a “fraude da fraude”, inserindo sólidos reconstituintes no leite, já fraudado com água, com o intuito de disfarçar a fraude. Por isso tantos testes são obrigatórios para a garantia de um leite de qualidade.

 

Analisar a situação do gado lactante

Há inúmeros fatores que podem alterar a quantidade dos constituintes do leite. Entre eles, destacamos:

  • As estações do ano;
  • A idade das vacas;
  • O estado de saúde do gado;
  • A estrutura de criação e alimentação do gado.

É interessante observar os resultados de qualquer análise feita no leite extraído, incluindo a Crioscopia, a fim de verificar quais práticas e situações interferem na qualidade do leite durante a sua produção.

A partir da análise crioscópica, podemos observar como o clima influencia na produção leiteira. No verão, por exemplo, pode haver maior índice de água no leite, já que os animais se hidratam mais. A pressão osmótica do sangue do animal aumenta a pressão osmótica do leite, gerando um maior volume de água e elevando o índice crioscópico.

 

Como fazer a Crioscopia do leite?

Em primeiro lugar, para fazer o processo de Crioscopia em amostras de leite é preciso ter um crioscópio eletrônico. Este aparelho conta com uma tecnologia capaz de analisar o ponto de congelamento de uma amostra, devolvendo resultados objetivos sobre a qualidade do alimento.

A Cap-Lab comercializa três tipos de crioscópio, cada um com suas particularidades e métodos de funcionamento. A ideia é atender desde o pequeno produtor até as grandes indústrias. Confira os modelos abaixo:

 

Crioscópio Eletrônico Especial One

Que tal ter um crioscópio leve, que pode ser levado para qualquer lugar? Este é o maior benefício do Especial One: com apenas 4 quilos, é o menor equipamento para Crioscopia disponível no mercado.

Mas não se engane com o tamanho! O Especial One incorpora as tecnologias eletrônicas mais atuais para o campo laboratorial. Seu menu é objetivo e fácil de operar, e seu display conta com um teclado de setas intuitivo.

Sua funcionalidade simples é uma mão na roda para o operador, que conta com a vantagem de ter o tempo de análise otimizado. Basta 2,5ml de amostra de leite, no máximo, para fazer a análise crioscópica em até 1 minuto e meio.

Ao comprar o Especial One, o cliente também leva um suporte para tubos, 24 tubos de crioscopia, 1 solução anticongelante e 3 soluções para calibração, nos padrões de -0,422°H, -0,530°H e -0,621°H.

 

Crioscópio Especial AutoTouch

Uma interface didática, colorida e em touchscreen: o AutoTouch chega para facilitar qualquer processo de Crioscopia. Seu menu é em Português e muito intuitivo: tudo o que o operador precisa está a distância de um toque.

A visualização das curvas das amostras e da calibração é clara e objetiva, o que ajuda a simplificar a análise. Possui memória para guardar os últimos 64 mil resultados e gera planilhas que podem ser extraídas via porta USB. Além disso, seu design é compacto e robusto, o que faz do aparelho um dos mais leves no mercado.

Ao comprar o Especial AutoTouch, o cliente também leva um suporte para tubos, 24 tubos de crioscopia, 1 solução anticongelante e 3 soluções para calibração, nos padrões de -0,422°H, -0,530°H e -0,621°H.

 

Cryotouch 20

Tecnologia italiana, o Cryotouch 20 é um crioscópio tipo “carrossel”. Ele tem a capacidade de analisar até 20 amostras em sequência, de maneira autônoma, identificando-as com registros individuais e alfanuméricos.

Possui memória para guardar até 4000 resultados e conta com o software próprio para manipulação de dados. Além disso, também possui conexão direta com computador pessoal e porta USB, para download dos dados via pendrive.

 

Quais são os materiais necessários para fazer a Crioscopia?

  • Pipeta graduada de 5ml: para inserir a quantidade exata das amostras dentro dos tubos de crioscopia;
  • Tubos de crioscópio: na quantidade que for necessária para as análises, e sempre verificando se o formato do tubo encaixa no equipamento que será utilizado;
  • Soluções padrão para calibração: são três soluções salinas, com concentrações que atendem aos pontos padrão de -0,422°H, -0,530°H e -0,621°H;
  • Solução anticongelante: é depositada num recipiente do crioscópio e evita o congelamento das amostras, permitindo a análise do ponto de congelamento;
  • Estante para tubos de crioscópio: para depositar os tubos durante as análises.

 

Quais são os cuidados básicos em um procedimento de Crioscopia do leite?

 

Realize a calibração do equipamento antes das análises

É como diz aquele ditado: nada no mundo é perfeito. Os equipamentos de medições também não são. Portanto, para garantir que as análises das suas amostras de leite acontecerão sem desvios, o crioscópio precisa estar  calibrado.

Para fazer a calibração do jeito certo, leia o manual de instruções do seu crioscópio. Cada equipamento tem um método de funcionamento e um número indicado de testes.

Como o informado no tópico anterior, são indicadas três soluções padrão para calibração. Cada uma atende um ponto chave para a medição do índice crioscópico. Antes de utiliza-las, faça a homogeneização por inversão, virando cuidadosamente o recipiente da solução de cabeça para baixo. Tome cuidado para não fazer bolhas.

Quando as soluções padrão estiverem acabando, o melhor é fazer o descarte. Quando estão no fim, elas tendem a ficar mais concentradas e podem desviar o processo de calibração.

 

Cuidado com o nível da solução anticongelante

Todo crioscópio tem um compartimento, geralmente na sua parte traseira, para a inserção de uma solução anticongelante. Como resultado, conseguimos fazer a análise crioscópica sem que ocorra o super congelamento da amostra.

O nível de solução anticongelante a ser utilizado no equipamento está devidamente descrito em seu manual de instruções. Siga à risca as orientações do manual, dessa forma você não terá problemas durante a análise de uma amostra.

 

Referências

NOGARA, Karise F. Crioscopia do leite: para que serve e o que ela indica? Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 7 abr. 2021. Acesso em: 10 mar. 2022.

SOUZA, Letícia B. et al. Composição e características dos componentes do leite. Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 27 abr. 2021. Acesso em: 10 mar. 2021.

FOGAÇA, Jennifer. Crioscopia ou Criometria. Goiânia, GO: Manual da Química, c2022. Acesso em: 10 mar. 2022.

FOGAÇA, Jennifer. O que são as propriedades coligativas? Goiânia, GO: Manual da Química, c2022. Acesso em: 10 mar. 2022.

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Descubra tudo o que você precisa saber sobre Higiene na Indústria de Alimentos

luminômetro ensure touch hygiena, para monitoramento de higiene na indústria dos alimentos

É o que dizem: a saúde vem em primeiro lugar. Para sermos pessoas saudáveis temos que nos alimentar bem, ter bons hábitos de higiene e tomar cuidado com tudo o que comemos. Por isso, nada mais lógico que a higiene seja fundamental na indústria dos alimentos.

Já que responsável por toda a alimentação da população, a produção e a indústria dos alimentos precisam ter cuidados com a limpeza das suas instalações. Aliás, existem leis que exigem essas práticas.

Sendo assim, como fazer a higiene adequada em indústrias que trabalham com alimentos? O que dizem as leis brasileiras e internacionais sobre o assunto? E como fazer o monitoramento destes ambientes do jeito certo? Tudo isso você encontra neste texto! Vamos começar?

 

 

Qual é a importância da Higiene na Indústria de Alimentos?

A alimentação é, sem dúvida, a base da nossa vida na Terra. É graças ao consumo dos alimentos que temos energia para levantar da cama, que o nosso cérebro funciona e as nossas funções motoras estão em dia. Em outras palavras, alimentação é saúde e deve ser tratada como tal.

A comida é o combustível que o nosso corpo precisa para dar conta da rotina diária. Por isso, vamos ao mercado e compramos alguma coisa para comer. Depois, colocamos esse alimento para dentro do nosso organismo, que tira dele tudo o que possui. O bom e o ruim.

Nós devemos ter muito cuidado com os alimentos que ingerimos. Somos seres vivos, afinal. Quando comemos algo que não está bom para o consumo, podemos afetar seriamente a nossa microbiota intestinal. O trabalho dela, em resumo, é ajudar na absorção de nutrientes e estimular o nosso sistema imunológico.

O alimento é, portanto, um artigo de primeira necessidade. Esta é a razão para as boas práticas de higiene e fabricação serem tão importantes. É um tema de saúde pública, compete ao direito do consumidor e tem influência direta na imagem e no lucro dos produtores e comerciantes.

 

 

O que pode tornar um alimento impróprio para consumo?

Como dissemos acima, os alimentos são repletos de nutrientes. Assim como o nosso corpo usa desses nutrientes para se desenvolver e reter energia, os microrganismos fazem a mesma coisa. E eles estão por todos os lugares.

Todo alimento possui uma microbiota própria, ou seja, um conjunto de microrganismos em sua composição. Alguns não causam nada de mal, e até têm boas ações transformadoras, como é o caso dos “coadjuvantes de tecnologia”.

Os microrganismos deteriorantes, por outro lado, podem estragar o alimento. Por fim, entram em cena os patogênicos. Eles podem causar doenças a quem ingerir o alimento contaminado.

Algumas práticas inadequadas atraem microrganismos deteriorantes e patogênicos para os alimentos. Entre elas, podemos citar:

  • Manter os alimentos em temperaturas impróprias, o que faz com que eles estraguem mais rápido;
  • Não limpar bem os utensílios e equipamentos usados durante os processos de produção e industrialização;
  • Obter os alimentos de fontes pouco seguras, que não sigam as normas sanitárias;
  • Manter os alimentos em locais que não foram higienizados da forma correta.

 

 

LEIA TAMBÉM: Microrganismos nos alimentos: como identificar e com quais a indústria deve se preocupar?

 

 

Qual é o papel da indústria na segurança dos alimentos?

É a indústria que escolhe a matéria-prima usada para fabricar os seus produtos. Sendo assim, é natural que seja responsabilidade da indústria a segurança dos alimentos que ela vende.

Para isso, devem ser tomadas uma série de medidas sanitárias nas instalações do setor, a fim de se evitar danos à saúde do consumidor.

Vale lembrar que as pessoas estão cada dia mais exigentes com a qualidade da sua alimentação. Além disso, a relação que nós temos com o que comemos é sensorial: desejamos que tenha um cheiro agradável, uma aparência boa e um gosto bom.

De fato, os alimentos com essa qualidade de sabor e nutrição só chegam até nós por causa das indústrias que fazem os processos de higienização do jeito certo, e com a frequência adequada.

A indústria que atua de acordo com as Boas Práticas de Fabricação – um conjunto de normas emitidas pelos órgãos que fiscalizam – transmite a confiança necessária para promover sua imagem perante os consumidores, fornecedores e as outras partes interessadas.

 

 

O que a legislação brasileira diz sobre Higiene na Indústria de Alimentos?

A primeira lei em vigor no Brasil sobre higiene dos alimentos foi o Decreto-Lei nº 986, publicado em 1969. Nela são estabelecidas a defesa e a proteção da saúde individual e coletiva no que diz respeito aos alimentos.

Em seguida, a legislação brasileira optou por dividir a fiscalização das indústrias entre dois órgãos, levando em conta as características de cada tipo de alimento:

  • o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) fiscaliza alimentos de origem animal e vegetal, além de bebidas de todos os tipos;
  • a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) fiscaliza todos os alimentos processados e seus aditivos, em conjunto com as vigilâncias sanitárias dos estados.

Cada órgão tem seus métodos de monitoramento, mas também compartilham algumas competências. Tudo depende do que acontece com o alimento em sua esteira industrial.

É o caso, por exemplo, de produtos de origem animal e vegetal quando chegam às estantes dos mercados. Depois disso, a responsabilidade sai do MAPA e passa a ser da ANVISA.

Ademais, vale frisar que todas as portarias emitidas pelo Ministério da Saúde sobre higiene dos alimentos são válidas. Não importa o órgão fiscalizador ou o tipo de alimento fabricado. Alimentação é saúde, inclusive no campo legal.

 

 

O que são as Boas Práticas de Fabricação (BPF’s)?

Como já dissemos antes neste texto, as Boas Práticas de Fabricação são um conjunto de normas feitas para a indústria de alimentos, a fim de fornecer as condições operacionais e ambientais para produzir alimentos de forma segura.

As BPF’s são utilizadas em conjunto com o Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC). Ou seja, há a necessidade de uma análise de risco das etapas de produção, para então definir:

  • os métodos de controle;
  • os procedimentos de monitoramento e manutenção;
  • os registros documentais.

Em resumo, toda indústria deve ter seu próprio Manual de Boas Práticas. Levando em conta as leis gerais e também as próprias de cada órgão, deve-se produzir um documento objetivo e que informe seus Procedimentos Operacionais Padronizados (POP’s).

De acordo com a lei, os POP’s devem contar com dados sobre a natureza das superfícies, quais são os princípios ativos dos produtos usados, quais são os métodos de limpeza corretos, entre outros pontos vitais para manter o ambiente higiênico.

 

Quais são os marcos legais sobre higiene dos alimentos no Brasil?

 

 

Codex Alimentarius

Nos anos 1960, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Codex Alimentarius. Trata-se de um conjunto de normas e orientações sobre as boas práticas na indústria alimentícia, que vale para todos os países integrantes.

Ou seja, o objetivo principal do Codex Alimentarius é alinhar as normas de segurança dos alimentos entre os países. Nele há regras sobre:

  • Como deve ser a higiene dos alimentos;
  • Quantidades permitidas de contaminantes em sua composição;
  • Normas para importações e exportações entre os países;
  • Orientações sobre a rotulagem e apresentação dos alimentos;
  • Quantidades permitidas de restos de medicamentos e pesticidas;
  • Métodos de amostragem e análise da qualidade dos alimentos.

Apesar de não ser obrigatório seguir o Codex, a maioria dos países membros da ONU o usa de referência para suas leis nacionais. O Brasil, que se tornou membro nos anos 1970, é um dos adeptos a esta prática.

 

 

Quais são os conceitos básicos de higiene na Indústria de Alimentos?

Agora é o momento de esquecer qualquer rotina de limpeza doméstica. A segurança dos alimentos pede por uma análise mais detalhada, não apenas do ambiente que deve ser limpo, como também dos produtos e métodos que serão utilizados.

Vamos começar pela equação da higienização. Ainda que os termos abaixo sejam usados como sinônimos, eles não são a mesma coisa. A conta é a seguinte:

 

HIGIENIZAÇÃO = LIMPEZA + DESINFECÇÃO ou SANITIZAÇÃO

 

Higienização vem da palavra grega hygiene, que significa saúde. Sem dúvida, um ambiente precisa estar higienizado para ser considerado saudável. A higienização é a limpeza e sanitização completa do ambiente. Isso inclui suas instalações, equipamentos e utensílios.

A limpeza é a primeira etapa: a remoção de substâncias orgânicas e minerais. É nesta fase que fazemos uso dos sabões e detergentes, que devem dissolver essas substâncias para facilitar sua retirada.

Em seguida, vem a desinfecção ou a sanitização. E não, elas não são a mesma coisa. As duas agem sobre os microrganismos que causam doenças, mas de maneiras diferentes:

  • a sanitização reduz os microrganismos a um número tolerável;
  • a desinfecção elimina os microrganismos por completo.

Quer saber se deve desinfectar ou sanitizar o seu ambiente industrial? Basta dar uma olhada nas normas de segurança dos alimentos definidas pelo seu órgão fiscalizador responsável.

 

 

O que é preciso analisar antes de higienizar um ambiente?

 

1. O tipo de superfície

Saiba qual é o material das superfícies antes de escolher os agentes de limpeza. Dependendo de qual seja, alguns produtos podem não funcionar tão bem, e até mesmo causar danos.

 

2. As sujidades que devem ser removidas

Os alimentos são feitos de proteínas, carboidratos e outros compostos orgânicos. Químicos também, levando em conta os processados. A higienização só vai fazer efeito se você usar os produtos certos, e para isso é preciso saber exatamente o que deve ser removido.

 

3. Os produtos adequados à superfície e à sujidade

Para saber quais produtos usar para fazer uma boa higienização industrial, considere os dois pontos abaixo:

  • o pH do detergente, que deve ser o ideal para remover as sujidades do ambiente sem causar danos;
  • o princípio ativo do desinfetante ou sanitizante, para saber qual serve para eliminar ou diminuir os microrganismos identificados no ambiente.

 

4. A dosagem correta dos produtos

Todo produto de limpeza deve ter a informação da sua concentração química presente no rótulo. Para limpar ambientes industriais, deve-se medir a quantidade dos produtos que serão usados.

Dessa forma, podemos garantir uma higienização que não cause danos às superfícies, além de evitar a sobra de resíduos químicos por exagerar na dose.

 

5. As variáveis do processo

Depois de definidos os produtos, superfícies e sujidades, deve-se descrever as ações mecânicas, temperaturas e tempos ideais para que a higienização seja efetiva.

 

6. A frequência da higienização

Higienizar dá muito trabalho, então é preciso criar um planejamento. Leve em conta o tempo que cada ambiente, utensílio e equipamento precisa ser limpo, e desenvolva uma programação. Umas são diárias, outras semanais e algumas podem ser feitas mensalmente.

 

 

Como fazer o monitoramento da higiene na Indústria de Alimentos?

Houve um tempo em que uma inspeção visual bastava para dizer se o ambiente estava limpo ou não. Se a aparência era de limpeza, sem sujeiras visíveis a olho nu, então não haveria problema. Mas, claro, haviam problemas e não eram poucos.

Neste artigo, você já aprendeu a selecionar as açõs mecânicas e os produtos químicos certos para eliminar cada tipo de sujidade. Errar nisso é dar chance para os microrganismos contaminarem os alimentos. Até aqui, tudo certo. Mas como garantir que o ambiente industrial está mesmo limpo?

Atualmente são considerados dois métodos para monitorar a higiene: os testes microbiológicos, que podem levar dias ou até semanas, e os testes de superfície por ATP, que entregam resultados mais rápidos.

ATP é a sigla em inglês para adenosina trifosfato, uma molécula de energia encontrada em qualquer matéria orgânica. Ou seja, se há sujidade ou microrganismo em algum lugar, o ATP estará presente.

Nos anos 1970, cientistas descobriram que o ATP emitia uma reação quando entrava em contato com a Luciferase, uma enzima encontrada em vagalumes. Esta reação produz uma bioluminescência que, apesar de não ser vista a olho nu, pode ser identificada por equipamentos especializados.

Foi dessa forma que surgiram os Luminômetros, aparelhos que são capazes de ler essa reação em números, na forma de unidades relativas de luz – ou RLU’s, na sigla em inglês.

A leitura de RLU’s é diretamente proporcional a quantidade de ATP em uma amostra. Em resumo: quanto mais alta for a leitura, maior é a presença de contaminantes.

 

 

Luminômetros Hygiena

Líder global em equipamentos e testes por ATP, a Hygiena atende pelo menos 100 países ao redor do mundo. O sucesso não é a toa, já que seus luminômetros entregam os resultados mais precisos e sensíveis do mercado.

A Hygiena também possui uma ampla linha de testes por ATP, swabs para recolhimento de amostras e outras tecnologias. Seu objetivo é garantir a higiene nas indústrias alimentícia e farmacêutica.

Quando o assunto é luminômetro, não há nada no mercado que bata de frente com o EnSURE Touch. Prático, ele funciona como um smartphone: sua tela é touchscreen e entrega uma navegação intuitiva. Como resultado, você faz as testagens e o registro dos resultados em questão de segundos.

Além disso, seu design minimalista permite o uso com apenas uma mão, e o equipamento é acompanhado por uma alça de ombro. Mas, caso aconteça algum acidente, não se preocupe: seu display é resistente à estilhaços.

O EnSURE Touch ainda acessa redes wi-fi, permitindo que o técnico use de qualquer lugar o SureTrend™ Cloud, um software de análise de dados. Enquanto o analista realiza os testes, os resultados são armazenados de forma automática.

A Hygiena ainda conta com outros modelos de luminômetros em seu catálogo, como o SystemSURE Plus e o EnSURE. A ideia é atender à todas as necessidades e limitações que o mercado apresenta.

 

 

Testes de Superfície por ATP

 

UltraSnap

Campeão de vendas para monitoramento de higiene, o UltraSnap foi o primeiro teste por ATP desenvolvido pela Hygiena. É um teste de amostragem para superfícies, que conta com um reagente próprio e fornece uma precisão superior.

 

SuperSnap

Quatro vezes mais sensível que o UltraSnap, o SuperSnap consegue detectar níveis muito baixos de ATP. Serve para procedimentos rigorosos de limpeza e faz prevenção de contaminação cruzada por alergênicos.

 

AquaSnap

São dois tipos: o AquaSnap Free, que detecta somente ATP livre na amostra (não microbiano), e o AquaSnap Total, que identifica tanto ATP livre quanto o ATP microbiano. Pela diferença entre o ATP total e o ATP livre, obtemos o ATP microbiano. É ideal para analisar a qualidade de amostras de água.

 

MicroSnap

Conta com quatro tipos de testes para detecção de microrganismos: contagem total, Enterobactérias, Coliformes Totais e E. Coli e Listeria. As amostras devem ser incubadas, mas os resultados saem no mesmo dia.

 

 

Testes para Detecção de Proteína

 

AllerSnap

Usando uma escala de cores que vai de verde para roxo, o AllerSnap é um teste semi-quantitativo para detectar proteínas em superfícies. É muito sensível e seus resultados são de alta precisão. Os testes precisam de uma incubação entre 15 a 30 minutos.

 

PRO Clean

Se você precisa de uma análise mais rápida de restos de proteínas em superfícies, o PRO Clean é uma solução mais acessível. O resultado também é entregue em uma escala de cores, que vai de verde para roxo.

 

 

Swabs para Recolhimento de Amostras

 

Q-Swab

Usando reagentes como caldo Letheen ou Peptona Tamponada, o Q-Swab foi feito para recolher amostras de qualquer superfície. Ele é ótimo para recuperar bactérias, ajudando nas análises microbiológicas.

 

QD Loop

Precisa trabalhar com amostras de volume específico? O QD Loop é a melhor opção. Temos disponíveis dois formatos de diluição: 1:10 e 1:100.

 

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

SILVA, Gilvan et al. Higiene na Indústria de Alimentos. Recife, PE: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2010. Acesso em: 8 fev. 2022.

AFREBRAS – Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil. Conheça procedimentos necessários para executar boas práticas de fabricação. Brasília, DF: AFREBRAS, 2020. Acesso em: 24 mar. 2022.

TOIMIL, Rosana F. Microbiota intestinal: cada vez mais importante. São Paulo: Grupo Abril, 2019. Acesso em: 24 mar. 2022.

BARROS, Camila. Descomplicando as Boas Práticas de Fabricação – BPF. Florianópolis, SC: Paripassu, 2019. Acesso em: 23 mar. 2022.

NEOPROSPECTA. Segurança dos Alimentos: legislações utilizadas para garantir a qualidade dos alimentos no Brasil. Florianópolis, SC: Neoprospecta, 2017. Acesso em: 24 mar. 2022.

ITAL – Plataforma de Integração Tecnológica. Os ingredientes nos alimentos processados. São Paulo: Governo Estadual, c2022. Acesso em: 25 mar. 2022.

CARLA, Monise. Os 7 princípios para implementar o Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC). Cornélio Procópio, PR: Qualiex, 2015. Acesso em: 25 mar. 2022.

FREITAS, Andreia. Quem fiscaliza o quê na cadeia de produção de alimentos. O Globo, Rio de Janeiro, 6 jun. 2013. Acesso em: 7 mai. 2014.

DIDIER, Dafné. Competência pela inspeção e regulação de alimentos: MAPA ou ANVISA? Campinas, SP: Food Safety Brazil, 2015. Acesso em: 28 mar. 2022.

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Cap-Lab: entenda por que entregar qualidade é uma parte importante da nossa história

teste para detecção de antibióticos twinsensor

Completar 28 anos de estrada, nós sabemos bem, não é para qualquer negócio. É preciso ter muita dedicação, vontade de continuar, visão de futuro e, acima de tudo, um objetivo.

Em 1994, no meio da sala de casa, Ângelo Wilson Capeleto e Silvia Capeleto decidiram que poderiam fazer a diferença no setor de laticínios. Por seu trabalho na área, Ângelo tinha anos de conhecimentos valiosos e contatos acumulados nas mãos.

Foi essa experiência que deu vida a Cap-Lab, e é graças a ela que hoje temos 90 colaboradores em nosso quadro de funcionários e atendemos as maiores produtoras de laticínios do Brasil.

O objetivo da Cap-Lab vai além de entregar ao cliente o que ele precisa. O nosso foco está em oferecer soluções tecnológicas para garantir o controle de qualidade dos alimentos. O valor é gerado para o cliente, para o consumidor e para a sociedade.

Atualmente atendemos não apenas a indústria de alimentos e laticínios, como também os setores farmacêutico e químico, além de frigoríficos, laboratórios e instituições de ensino.

Para o setor de lácteos, que é a nossa especialidade, temos tudo o que a indústria e o laboratório precisam para a produção e comercialização de produtos seguros e saudáveis que só o leite de qualidade proporciona.

O leite de boa qualidade possui a composição e uma flora que contribuem para a fabricação de queijos, iogurtes e outros derivados. Resíduos de antibióticos afetam a usabilidade do leite, além de contribuírem com a resistência microbiana, um dos 10 maiores problemas para a saúde pública global segundo a OMS.

 

LEIA TAMBÉM: Por que devemos nos preocupar com a presença de antibióticos no leite?

 

Dentro desse cenário, nosso grande diferencial é a parceria com a Unisensor, empresa belga de alta credibilidade, que possui a linha mais completa para detecção de antibióticos no mercado, com validações feitas pelos principais órgãos internacionais.

Nessa ampla linha destacamos o TwinSensor, uma tira reativa para detecção rápida e simultânea de β-lactâmicos e tetraciclinas, que é o mais utilizado do Brasil, entregando resultados rápidos e fáceis de serem interpretados.

A Cap-Lab comercializa 13 tipos de testes rápidos da Unisensor, que identificam várias famílias de antibióticos, como as Sulfonamidas, Fluoroquinolonas, Aminoglicosídeos e muitas outras que são utilizadas para o tratamento da saúde do gado leiteiro. 

Para facilitar a análise dos resultados, também temos disponíveis leitores de tiras em nosso catálogo de produtos, como o ReadSensor. Este equipamento possui display com touchscreen, registra o número de identificação das amostras e consegue imprimir os dados dos testes.

Unisensor é excelência, facilidade e rapidez. Quando oferecemos soluções de qualidade para a indústria, impactamos positivamente a vida de milhões de pessoas.

Isso é gratificante. Isso nos define. Isso é Cap-Lab.

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Entenda por que devemos nos preocupar com a presença de antibióticos no leite

A descoberta dos antimicrobianos é, sem dúvida, um dos maiores marcos da medicina moderna. A pecuária do leite, por exemplo, faz uso desses remédios para tratar o gado. E, embora vital, esse uso torna possível a presença de antibióticos no leite.

Mas afinal, por que isso seria um problema? Antes, uma infecção que hoje é vista como “simples” era considerada uma sentença de morte. Se algo faz tão bem, como pode fazer tão mal ao mesmo tempo?

Seja como for, esta é a linha de pensamento que trazemos neste artigo. Quais são as consequências do alto consumo de antibióticos? Como eles vão parar no leite? E, por fim, como identificá-los? Confira as respostas neste texto!

 

 

Por que pode haver presença de antibióticos no leite cru?

Assim como qualquer ser vivo, as vacas que fazem parte do gado de leite podem contrair doenças causadas por microrganismos.

Os animais podem se infectar nos pastos, não só através de insetos hospedeiros, bem como a partir do contato com os ordenhadores. A contaminação também pode ocorrer através dos instrumentos de extração do leite.

Muitas dessas doenças são tratadas com o uso de antibióticos. A ação deles elimina a bactéria e a infecção que ela causa, recuperando assim a saúde do animal e assegurando a sua participação na produção do leite.

Então, para fazer efeito, o medicamento é absorvido pelo sangue do animal em tratamento. Só que, mesmo quando a vaca está saudável, leva um tempo até que o antibiótico seja eliminado do organismo.

É aqui, por fim, que o problema começa: o produtor tem as projeções da quantidade de leite que consegue extrair por cabeça de gado. Os restos de antibióticos, no entanto, estão por todo o organismo das vacas tratadas. Eles são eliminados naturalmente, aos poucos. Inclusive no leite.

 

O que o consumo de leite com antibióticos pode causar às pessoas?

 

Desequilíbrio da microbiota intestinal

A microbiota intestinal é feita de microrganismos, que são responsáveis pela manutenção do tecido desse órgão. Só que os antibióticos não fazem distinção entre as bactérias boas e as ruins, então atacam até as que são naturais e regulam o nosso organismo.

Como resultado, o alto consumo de antibióticos afeta o bem estar da nossa flora. Os sintomas comuns de uma microbiota desequilibrada são:

  • náuseas;
  • vômitos;
  • diarreia;
  • fadiga;
  • mudanças constantes de humor.

 

Hipersensibilidade a medicamentos

Os antibióticos geram efeitos intensos para estimular a produção de anticorpos. Às vezes, o alto número de anticorpos faz nosso organismo reagir a outros medicamentos semelhantes.

Quem faz um tratamento com Penicilina, por exemplo, pode ter reações ao usar Cefalosporina. São remédios com estruturas similares, o que gera uma reação cruzada.

Desse modo, um consumidor de leite com restos de antibióticos pode ter problemas ao tratar uma doença com remédios de composição parecida, o que afeta a sua saúde e dificulta o processo de cura.

O choque anafilático é a mais grave das reações causadas. Seus sintomas podem começar em segundos, ou poucas horas depois de tomar o remédio. Isso inclui:

  • pulsação rápida;
  • vômitos;
  • dificuldade de respiração;
  • risco de parada cardíaca.

 

Teratogenia

Um dos problemas mais sérios causados pelo alto consumo de antibióticos, é a malformação de bebês dentro do útero da mãe. Às vezes, alguns dos medicamentos utilizados pela produção de leite possuem agentes teratogênicos em sua composição.

Entre os antibióticos mais encontrados no leite produzido no Brasil, os que são perigosos para a saúde do feto em formação são as Fluoroquinolonas, as Sulfonamidas e as Tetraciclinas.

 

Resistência microbiana

Eleita pela OMS como uma das 10 maiores ameaças a saúde pública mundial, a resistência microbiana é o resultado do uso sem controle de remédios para combater os microrganismos que causam doenças.

Só para ilustrar: o primeiro antibiótico, a Penicilina, foi descoberto em 1928. Como já era de se esperar, isso causou uma revolução nunca vista antes na Medicina. O mundo inteiro passou a usar antimicrobianos para tratar doenças, não apenas em humanos como também em animais. Como resultado, os microrganismos já estão mais fortes contra os seus efeitos.

Do mesmo modo, em 2015 na China, encontraram uma bactéria E. Coli resistente a Colistina em um porco que seria abatido para o consumo. Ela tinha em seu DNA um gene chamado MCR-1, que dá as bactérias uma alta resistência ao antibiótico.

Isso acendeu um alerta na comunidade médica e científica. Após estudos, foi constatado que as bactérias com o MCR-1 se desenvolveram em animais e foram transmitidas para os humanos. Ainda não é certeza, mas é grande a possibilidade dessa transferência ter ocorrido por causa do consumo de alimentos de origem animal que estavam contaminados.

 

O que a pecuária tem a ver com a resistência microbiana?

O fenômeno dos microrganismos resistentes não é uma novidade: os cientistas sempre esperaram que eles sofressem mutações por causa dos antibióticos. A bactéria Staphylococcus aureus, por exemplo, criou resistência à Penicilina depois da Segunda Guerra Mundial.

O problema é que há cada vez mais patogênicos resistentes, e menos antibióticos para usar. Em outras palavras, a ciência farmacêutica não consegue acompanhar a rapidez da evolução e difusão dos microrganismos.

O uso sem controle dos antibióticos na pecuária, bem como a do leite, está ligado ao aumento da resistência microbiana em todo o mundo. No entanto, apenas 25% dos países tem leis contra isso em vigor. O Brasil é um deles, mas ainda é preciso melhorar os métodos de análises de risco, assim como o recolhimento dos dados.

Em 2021, o MAPA criou o Programa de Vigilância e Monitoramento da Resistência aos Antimicrobianos no Âmbito da Pecuária. A ideia é avaliar os riscos, as tendências e os padrões para embasar políticas públicas e combater o problema.

 

Como evitar a presença de antibióticos no leite?

A responsabilidade sobre a presença de antibióticos no leite é de toda a cadeia produtiva, principalmente dos veterinários e dos donos da produção.

Ao veterinário cabe, em primeiro lugar, prescrever a dosagem certa para cada animal e doença. Também deve reforçar quais são os períodos de carência que devem ser obedecidos. Vale lembrar que o envio de leite de vacas em tratamento para a indústria é proibido pelo MAPA.

Da mesma forma, o proprietário do gado deve prezar pela qualidade da matéria-prima. Isso evita o descarte do leite, caso encontrem restos de antibióticos em algum dos testes realizados na indústria.

O cuidado com as vacas também traz impactos positivos na qualidade do leite. Portanto, quanto mais bem tratada está a fêmea, mais nutrientes o seu leite terá.

Além disso, fazer a capacitação dos ordenhadores também é uma boa medida. Basta orientá-los a dar os remédios da forma correta, sem exagerar na dose e obedecendo o prazo de carência.

Na logística do gado, por fim, é essencial separar as vacas saudáveis das que estão doentes e em tratamento. Além das doenças serem contagiosas, isso ajuda a evitar confusões sobre quais animais devem ser ordenhados.

Uma prática que ocorre durante a ordenha, e que infelizmente é comum, é descartar só o leite que foi retirado das mamas em tratamento. O antibiótico é absorvido pelo sangue do animal, então será eliminado através das mamas saudáveis também.

É importante frisar que 500 gramas de antibiótico podem contaminar até 100 mil litros de leite. Em resumo, apenas as boas práticas em toda a cadeia produtiva são capazes de contornar este problema.

 

Como identificar a presença de antibióticos no leite?

 

Plataforma Extenso

A tecnologia é, antes de tudo, a forma ideal de melhorar a cadeia produtiva e industrial. Esta é a proposta da Plataforma Extenso: ser o futuro da análise de antibióticos e toxinas no leite.

Feita pela Unisensor, empresa belga de segurança dos alimentos, a Plataforma Extenso apresenta a melhor solução para a detecção de restos de antibióticos.

Com resultados disponíveis em até 13 minutos e permitindo testes simultâneos, a Extenso detecta mais de 90 tipos de contaminantes. Todos são divididos em 17 canais, que podem ser adquiridos de acordo com os antibióticos e toxinas que se deseja identificar.

Feita para automatizar o processo de testagem do leite, a Extenso possui:

  • Conectividade wi-fi;
  • SMS;
  • GPS;
  • Bluetooth.

Além disso, o equipamento também facilita o armazenamento e a análise dos resultados, gerando relatórios e planilhas para enriquecer o seu banco de dados.

A Plataforma Extenso conta com o próprio banho térmico e funciona em apenas quatro etapas. É o produto mais completo do mercado global para garantir um leite sem resíduos. No Brasil, é vendido apenas pela Cap-Lab.

 

Eclipse 50

Classificado como um método lento, o Eclipse 50 é um teste que se baseia na inibição do crescimento de microrganismos. Foi criado pela empresa espanhola Zeulab. Cada caixa conta com 96 testes.

São microtubos com meio de cultivo específico, acompanhados de um indicador ácido-base. Basta aplicar 50 μl da amostra a ser analisada no microtubo, e em seguida incubar a 65°C. O resultado sai em até 3h.

O Eclipse 50 não apenas identifica uma ampla gama de antibióticos, como também baseia seus resultados no limite máximo de resíduos permitido no Codex Alimentarius (2012).

 

Testes Rápidos Unisensor

A Unisensor possui um ótimo catálogo de métodos de testagem. Seus testes são rápidos e entregam resultados entre 6 a 10 minutos, com ou sem a incubação em banho térmico. Além disso, também conseguem identificar antibióticos que são usados na produção de leite em todo o mundo.

Os testes da Unisensor são em formato de tiras. Elas absorvem a amostra do leite e detectam os resíduos rapidamente. A Cap-Lab vende 13 tipos, cada um atendendo a um grupo de contaminante, entre eles:

  • Betalactâmicos;
  • Tetraciclinas;
  • Sulfonamidas;
  • Aminoglicosídeos;
  • Estreptomicinas e outros.

Caso queira ler os resultados de forma rápida e efetiva, você pode adquirir o ReadSensor. Ele interpreta as tiras de forma clara, bem como é compatível com todos os testes da Unisensor e tem impressora embutida.

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

SILVA, Reginara T. et al. Perfil de sensibilidade a antimicrobianos de bactérias patogênicas humanas isoladas de leite cru. Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, MG, v. 74, n. 3, p. 185-194. 2019. Acesso em: 15 dez. 2021.

CARVALHO, Rafael N. G. et al. Detecção de resíduos de antibióticos em leite cru em fazendas de Aquidabã – Sergipe. Pubvet, Maringá, PR, v. 14, n. 5, a578, p. 1-7. 2020. Acesso em: 15 dez. 2021.

SIVIERO, Eloísa S. et al. Detecção de resíduos de antibióticos em produtos lácteos. Centro Científico Conhecer, Jandaia, GO, v. 18, n. 37, p. 1-170. 2021. Acesso em: 15 dez. 2021.

GUIMARÃES, Ana B. M. et al. Pesquisa de resíduos de antibióticos em leite in natura, pasteurizado e UHT. UNINTA, Sobral, CE, v. 1, n. 1, p. 1-14. 2019. Acesso em: 15 dez. 2021.

ZIMERMAN, Ricardo A. Uso indiscriminado de Antimicrobianos e Resistência Microbiana. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Mato Grosso do Sul, v. 1, n. 3, p. 1-11. 2010. Acesso em: 16 dez. 2021.

PIERRI, Vitória. Desequilíbrio na microbiota intestinal pode aumentar estados depressivos e de ansiedade. Ribeirão Preto, SP: Jornal da USP, 2021. Acesso em: 16 dez. 2021.

ALVIM, Mariana. Por que o uso de antibióticos na agropecuária preocupa médicos e cientistas. BBC News Brasil, São Paulo, 18 nov. 2019. Acesso em: 16 dez. 2021.

MINISTÉRIO da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Mapa implementa Programa de Vigilância da Resistência aos Antimicrobianos. Brasília, DF: Governo Federal, 2021. Acesso em: 16 dez. 2021.

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resistência antimicrobiana é ameaça global, diz OMS. Brasília, DF: Governo Federal, 2019. Acesso em: 16 dez. 2021.

CFMV – Conselho Federal de Medicina Veterinária. A resistência antimicrobiana em todos os seus aspectos é o grande desafio da atualidade. Brasília, DF: CFMV, 2020. Acesso em: 16 dez. 2021.

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Microrganismos nos alimentos: como identificar e com quais a indústria deve se preocupar?

análise de microrganismos nos alimentos

É fato que a natureza tem vida por todos os cantos. E nós, como seres vivos, fazemos parte dela. Os microrganismos também, e eles estão presentes em todo o nosso corpo. Ainda assim, mesmo com essa convivência tão próxima, temos que ter cuidado com a presença deles nos alimentos que consumimos.

Mas afinal, qual é a diferença entre os microrganismos que nos fazem bem e os que nos fazem mal? Como saber mais sobre essas criaturas tão minúsculas, que só podem ser vistas com a ajuda de um microscópio?

Neste artigo você entenderá o que é Microbiologia, qual é a sua importância para a indústria de alimentos e, principalmente, quais são os microrganismos que podem nos causar doenças. Vamos começar?

 

 

O que é Microbiologia?

Microbiologia é uma palavra de origem grega, que une os termos mïkros (pequeno) e bios (vida) ao sufixo -logia (estudo). É o “estudo da vida pequena”, ou seja, é a ciência que estuda organismos minúsculos, que só podem ser vistos com o uso de um microscópio.

O estudo dos microrganismos começou a tomar forma no século XIX, graças ao trabalho de cientistas como Louis Pasteur e Robert Koch. Os dois são responsáveis por descobrir a ação dos microrganismos na fermentação das matérias orgânicas, assim como a relação entre agentes bacterianos e a transmissão de doenças.

A verdade é que nós não estaríamos vivos se os microrganismos não existissem. É graças a eles que há vida na Terra. Eles habitam a pele dos animais e regulam vários processos do nosso organismo. Além disso, também produzem proteínas que são necessárias para a sobrevivência do ser humano e fortalecem o nosso sistema imunológico.

Essa população de microrganismos que está sempre com a gente é chamada de microbiota humana. São milhares de espécies espalhadas por todo o nosso corpo. A quantidade é tão grande que, se somada, pesaria em torno de 2 kg.

Da mesma forma, eles também estão presentes por toda a natureza há milhões de anos. Atuam na reciclagem de nutrientes, no fluxo de energia do solo e no equilíbrio ambiental.

 

Qual é a importância da Microbiologia para a Indústria de Alimentos?

Se os microrganismos estão por toda a parte, eles também estão nos alimentos que consumimos. Todos possuem a sua própria microbiota e isso não é algo negativo, mas sim natural.

A questão é que os microrganismos são onipresentes: estão na água, no solo, no ar, nos animais e também nos alimentos. É verdade que grande parte deles são importantes para a nossa saúde, mas uma pequena parcela desse grupo pode nos fazer mal. E apesar de pequena, essa parcela é poderosa.

Há três tipos de microrganismos que interessam à indústria de alimentos:

  • Deteriorantes: são os responsáveis por decompor os alimentos. É o caso de algumas bactérias, dos bolores e das leveduras;
  • Transformadores: em resumo, são conhecidos como coadjuvantes de fabricação e conseguem alterar as características originais de um alimento. É o caso das bactérias que fermentam o leite para a produção de queijos, das leveduras que atuam em cervejas e vinhos e dos fungos comestíveis, como o champignon;
  • Patogênicos: são os causadores das chamadas DTAs (doenças transmitidas por alimentos). A presença deste tipo de microrganismo em alimentos indica condições precárias de higiene em sua cadeia produtiva e industrial.

Por isso, para entendermos as ações desses microrganismos existe a microbiologia de alimentos. É uma vertente da microbiologia geral, que conta com três linhas de atuação: a pesquisa de patógenos, o controle de qualidade dos alimentos e a vigilância sanitária.

 

O que diz a legislação brasileira sobre microrganismos em alimentos?

Os critérios de regulamentação ativos no Brasil variam de acordo com o tipo de alimento e o órgão responsável pela fiscalização de cada estabelecimento produtor.

No caso do leite e seus derivados, por exemplo, o órgão encarregado é o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A partir dos Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade (RTIQ) e da Instrução Normativa nº 76/2018, o MAPA estabelece os padrões para produção do leite cru e pasteurizado.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), da mesma forma, assume a responsabilidade sobre outras categorias de alimentos através da Resolução RDC nº 331/2019 e a Instrução Normativa nº 60/2019.

A ideia principal das legislações, afinal, é garantir que os alimentos não tenham microrganismos patogênicos, toxinas ou metabólitos em quantidades que possam afetar a saúde do consumidor.

O critério de padrão microbiológico é definido de acordo com um conjunto de diretrizes, que definem se o lote ou processo está adequado. As decisões são tomadas a partir de testes microbiológicos, com a utilização de meios de cultura e contagem de colônias. Assim é possível saber se a quantidade de microrganismos presentes no alimento poderá causar doenças.

 

 

LEIA TAMBÉM: Tudo o que você precisa saber sobre Higiene na Indústria de Alimentos

 

 

Quais são os microrganismos que a indústria de alimentos deve se preocupar?

 

Enterobactérias

É uma família de bactérias responsável por várias infecções em humanos e animais. Podem ser encontrados na natureza, mas a maioria habita o trato gastrointestinal de animais de sangue quente.

Ter a presença de Enterobactérias no organismo não é sinônimo de infecção, porque várias são benignas. No entanto, alguns gêneros da família são perigosos para a saúde. Os principais são os Coliformes (principalmente a E. Coli), Shigella, Yersinia e Salmonella.

Em resumo, as infecções por Enterobactérias podem causar:

  • Desinteria, com presença de muco e sangue nos dejetos;
  • Septicemia;
  • Síndrome Hemolítico-Urêmica, causada pela Shigella dysenteriae, que produz uma toxina que causa lesões intestinais;
  • Peste bubônica, causada pela Yersinia pestis, bactéria que pode estar presente nas fezes de ratos infestados de pulgas.

 

Coliformes

Este grupo contém mais de 20 espécies de bactérias, sendo que algumas têm origem no trato gastrointestinal de humanos e animais. Pertencem à família das Enterobactérias, mas merecem uma atenção especial por serem muito comuns em ambientes onde se fabricam alimentos. Há duas separações entre os Coliformes:

 

Coliformes Totais

Bactérias que sobrevivem em ambientes com temperatura de 35°C a 37°C. Como produzem gases e ácidos orgânicos, possuem alta capacidade de fermentar a lactose. A presença de Coliformes Totais em alimentos pode indicar falta de higiene no processo de fabricação.

 

Coliformes Termotolerantes

Bactérias que suportam uma temperatura superior a 40°C e estão presentes em todos os animais de sangue quente. O trato gastrointestinal é seu habitat natural. Elas produzem toxinas que afetam o intestino grosso, o que pode causar:

  • Colite hemorrágica;
  • Diarreia sanguínea;
  • Cólicas abdominais graves;
  • Febre.

A espécie mais comum entre os Coliformes Termotolerantes é a E.Coli, que possui cinco classificações entre as patogênicas. Infecções por essa bactéria podem causar diarreia aquosa, inflamação no intestino grosso, desinteria com presença de sangue e muco, meningite em recém-nascidos e infecções urinárias – principalmente em mulheres.

 

Salmonella

Um dos gêneros da família das Enterobactérias, a Salmonella é um patógeno que também tem como habitat natural o trato gastrointestinal de animais de sangue quente. Pode estar presente em carnes de porco, aves, bovinos, ovos, leite não pasteurizado e derivados.

A contaminação no ser humano se dá através da ingestão de alimentos ou água contaminada, o que dá início a uma infecção alimentar. Como resultado pode causar duas doenças, sendo elas:

  • Salmonelose não tifóide, que gera sintomas severos mas não costuma resultar em casos graves;
  • Febre tifóide, que tem altas taxas de óbito e demanda que o paciente seja atendido com urgência, havendo necessidade de internação.

 

Bolores e Leveduras

Apesar de serem bem diferentes entre si, ambos pertencem ao grupo dos Fungos. A maioria deles vive no solo e estão presentes na decomposição de materiais na natureza.

Também podem ser encontrados na água, no ar, nas plantas, nos insetos, entre outros. A presença de bolores e leveduras indica falta de higiene em ambientes de fabricação de alimentos.

 

Bolores

São fungos multicelulares que se adaptam bem a variações de umidade e temperatura. Os bolores não tem preferência de nutrientes, então podem crescer em praticamente qualquer lugar, com fácil esporulação. Podem causar danos ao fígado, disfunção imunológica e liberam toxinas que podem ser prejudiciais à saúde.

 

Leveduras

São fungos unicelulares, que se reproduzem em maior quantidade do que os bolores. Se multiplicam mais rápido em substratos ricos em carboidratos, como açúcares simples. Assim sendo, a alta contagem de leveduras pode levar a uma perda de 5 a 10% do valor nutricional de um alimento.

 

Bacillus cereus

Bactéria que pertence à família Bacillaceae, com células em forma de bastonetes. Está em todos os cantos da natureza, inclusive em produtos agrícolas e de origem animal. Também pode ser responsável por causar mastite em vacas. A contaminação acontece ao se ingerir alimentos contaminados.

O Bacillus cereus produz dois tipos de toxinas: a diarreica e a emética, que causam intoxicação alimentar. A diarreica pode causar náuseas, cólicas abdominais e diarreia aquosa. Já a emética causa vômitos e dores no estômago. Apesar das intoxicações geralmente terem curta duração, o número de casos de contaminação é alto.

 

Staphylococcus aureus

Bactéria que pertence à família Staphylococcaceae, sendo a mais perigosa delas. É oportunista e costuma se proliferar em ambientes com pessoas que estão com a imunidade baixa, como hospitais e postos de saúde. Causam intoxicação alimentar pela produção da toxina estafilocócica, que é resistente ao calor.

Pode ser encontrada na pele, no nariz e nos cabelos de pessoas saudáveis. Não é difícil que trabalhadores da indústria possam contaminar o que é produzido. Sua transmissão ocorre por contato direto, através de objetos contaminados, ou pelo ar quando liberada por espirros e tosses de pessoas infectadas.

A Staphylococcus aureus causa infecções simples, como acne e furúnculos, e também infecções graves. Entre as doenças mais sérias estão a pneumonia, a meningite, a endocardite e a sepse. Todas podem levar a óbito.

 

Listeria

Um gênero de bactérias da família Listeriaceae que costuma crescer em temperaturas que vão de 0°C a 42°C, sendo comum em ambientes refrigerados. Pode estar presente em produtos de origem animal, vegetais e frutas. Também pode estar no leite não pasteurizado, em queijos cremosos, em patês e embutidos.

A mais perigosa ao ser humano é a Listeria monocytogenes, que pode causar listeriose. Os sintomas são parecidos com os de uma gripe comum, só que acompanhados de dores intensas no corpo, vômitos e diarreia. O risco maior é para fetos e bebês, que são mais suscetíveis aos efeitos.

 

Quais são os métodos para identificar microrganismos nos alimentos?

A melhor forma de verificar se um alimento possui ou não microrganismos patogênicos em sua composição é através de análises microbiológicas. Usando meios de cultura específicos para a família ou gênero de microrganismo que se quer identificar, em geral basta seguir as seguintes etapas:

  1. Inoculação: a princípio, depositar a amostra dentro do meio de cultura, que contém os nutrientes certos para o microrganismo a ser analisado;
  2. Incubação: em seguida, com ajuda de uma incubadora, deixar o meio de cultura na temperatura ideal para o crescimento das colônias;
  3. Contagem: basta ver qual é a quantidade de colônias que se desenvolveram no meio de cultura, definindo assim se o alimento analisado pode ou não causar doenças através do seu consumo.

Mais etapas podem ser necessárias, uma vez que depende do meio de cultura utilizado. Na Cap-Lab trabalhamos com três linhas, cada uma com suas particularidades.

 

Compact Dry™

São placas prontas para uso, que absorvem rapidamente a amostra e reduzem o tempo da análise. Dentro da placa há um meio de cultura seco, coberto por uma camada de tecido absorvente, e por isso a produtividade do processo aumenta.

Além disso, as placas podem ser mantidas fora do refrigerador e possuem longo prazo de validade. Os resultados saem entre 24 a 48 horas na maioria das pesquisas. Ademais, outra vantagem é o espaço aéreo da placa, que permite o crescimento de mofos e leveduras em 3D.

 

Meios de Cultura Merck

A Merck produziu meios de cultura granulados, que são mais seguros que os comuns. Eles reduzem a inalação de componentes perigosos que podem causar reações alérgicas, ao passo que diminuem o risco de contaminação do ambiente de trabalho. Sua fluidez facilita a pesagem e a distribuição dos ingredientes, bem como dissolve as amostras com rapidez e possui um excelente custo-benefício.

 

Media Pad

Meio de cultura pronto para uso que, em virtude de sua espessura fina, diminui o espaço de estocagem e incubação em até 90%. Não só tem fácil contagem de colônias, como também apresenta resultados precisos em 24 a 48 horas. Sua validade é de até 36 meses.

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

FORSYTHE, S. J. Microbiologia da Segurança dos Alimentos. 2ª ed. Porto Alegre, RS: Artmed Editora. 2013.

SOUSA, C. P. Segurança alimentar e doenças veiculadas por alimentos: utilização do grupo Coliforme como um dos indicadores de qualidade de alimentos. São Carlos, SP, v.9, n.1, p. 83-88, jan./jun. 2006. Acesso em: 13 dez. 2021.

BATISTA, J. V. R. Microbiologia dos alimentos e o papel dos conservantes: revisão bibliográfica. Maringá, PR: Universidade Cesumar, 2020. Acesso em: 13 dez. 2021.

BARROS, H. L. Vivendo com Microrganismos. Rio de Janeiro: Museu do Amanhã, c2021. Acesso em: 14 dez. 2021.

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BONELLI, R. R. O que faz de um micro-organismo um patógeno? Rio de Janeiro: Microbiologia UFRJ, c2021. Acesso em: 14 dez. 2021.

GOMES, D. Microbiologia de Alimentos na UFF. Niterói, RJ: Universidade Federal Fluminense, 2018. Acesso em: 14 dez. 2021.

KASVI. Microbiologia de Alimento: Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs). São José dos Pinhais, PR: Kasvi, 2021. Acesso em: 14 dez. 2021.

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